02 janeiro 2011

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2011

Despedidas, cordialidades, adeus 2010!



 Leitores e leitoras, fantasmas do Blogspot, prezadíssimo senhor vazio... Encerramos então o ano de 2010. E demos as boas-vindas ao saudoso ano de 2011 que, sinceramente, começou de maneira tediosa para mim.

   Primeiramente, peço perdão pela ausência de todas as blogueiras na última semana. Estamos planejando algumas mudanças na organização do blog para tornar as coisas mais descomplicadas e organizadas, por isso o aparente desinteresse, e que fique esclarecido, meramente aparente.
   Não fiz nada de muito fantástico nos últimos dias, na verdade passei por momentos de verdadeiro ócio e tédio que insistem em me acompanhar no novo ano. Alguns detalhes, entretanto, eu gostaria de ressaltar: nos últimos dia de 2010 eu...Descobri (e não li, o que seria metonímia, de qualquer forma) Clarice Lispector, abandonei a Clarissa de Erico Veríssimo (minhas sinceras apologias ao autor), assisti a uns filmes bobos que me proporcionaram um prazer imenso, e também assisti na Globo ao maravilhoso e comovente “Quem quer ser um milionário” (enfim a editora de televisão acertou no catálogo bastante retrógrado de atrações). Naturalmente, como todos vocês aqui, suponho, comi demais e estou fazendo a digestão lenta de 2010. De todos esses cordiais momentos, especialmente os últimos, que classifico como meu entretenimento preguiçoso.
   Fato um: Clarice. Como quem gosta de literatura e conhece bastante do tema (tem aperfeiçoado-se nas palavras dos brasileiros que, diga-se de passagem, têm um sentimento vívido e pulsante), sentia-me um tanto leiga por nunca ter lido uma obra da autora que tinha citações fantásticas espalhadas por todos os cantos. A mulher contemporânea que dizia escrever para salvar a própria vida sempre me cativou com suas palavras intensas, seu aprofundamento nas questões humanas, nos confins de nossas almas. Dias antes de ler algum de seus livros pela primeira vez, encontrei um texto no blog Diário Perigoso, de Caio F. Abreu que descrevia a “pergunta” Clarice Lispector, na primeira vez em que a contemplara. Sua descrição foi ímpar, arrebatou-me e também fez-me querer conhecer sua obra (livros de 2011). Comprei dois livros da autora, e mais dois de Lygia Fagundes Telles, que estava na Bienal no dia em que fui e me arrependi de jamais ter desvendado sua escrita autênticas, casos à parte... Já tinham dito-me uma vez que eu era bastante existencialista ao escrever, assim como Clarice. Não entendam errado! Não que eu escrevesse COMO ela, eu tinha 14 anos, mas o estilo poderia seguir sua linha, o que me deixou lisonjeada.
   Quando li a primeira página dos contos selecionados pela Editora Rocco, de amor e amizade para jovens, senti que ela escrevia para mim, que conversava comigo. Suas palavras, suas ideias... Eu me vi em Clarice. Talvez tenha sido apenas uma impressão, pois eu, como jovem, deveria supostamente gostar. Contudo, há um quê de maturidade até mesmo nas questões mais frívolas, uma sagacidade daquele sexto sentido que só nós, mulheres, temos.
   Fato dois: Este é para as mulheres entediadas e românticas... Assistam ao filme “Vestida Para Casar”. Simples, mas muito meigo. Eu adoraria estar em companhia de um jornalista e colunista com a sensibilidade de Kevin. Até porque uma parte de mim é totalmente Jane, a fofa madrinha de 27 casamentos. Com Katherine Heigl e James Maravilhososden.
   Fato três: Hollywood pode produzir filmes com impacto sentimental, questões profundas, causas globais (a pobreza, principalmente) e que não falem apenas de como os americanos estadunidenses são poderosos, superdotados e vieram para salvar o mundo, sem esta ideologia chatinha de WE ARE THE USA AND WE'LL SAVE THE WORLD. Haja visto” Quem Quer Ser um Milionário”, uma produção americana, mas com um roteiro de tirar o fôlego e um retrato verdadeiro sobre a Índia (nada de Caminhos da Índia, Raj e Maya). A Globo está de parabéns pela escolha, e a academia do Oscar, em 2009, também. Fiquei ainda mais fascinada pelo oriente, desta minha estranha ideologia missionária e jornalística na Ásia.
   Fato 4: O novo ano, enfim o novo ano. Não farei muitos votos porque a minha vida parece prosseguir da mesma forma. Acho que, com o tempo, sem sermos crianças, a magia das festas de final de ano vai se esvaindo de nossos olhos que antes brilhavam. É apenas mais um dia, mais um ano. Chegou a hora não de recomeçar, todavia de dar continuidade ao que já foi iniciado. Façam seus votos, idealizem, sonhem, saiam da realidade... Mas nunca se esqueçam de voltar.
Um feliz 2011,

Sua.