O rei do cordel

Traços do Nordeste brasileiro nas xilogravuras de J. Borges

Teorema Katherine, de John Green

Um livro original e surpreendente, daqueles que você começa a ler e logo quer saber o final

Conhecendo novos artistas - Cimorelli

O grupo feminino que tem feito sucesso com seus covers no YouTube.

08 junho 2013

Carta de despedida ao leitor

Foto: We Heart It|/ Créditos do autor na imagem

Está tarde agora. E este é um daqueles textos que a gente encontra uma dificuldade tremenda para escrever, então peço desculpa desde já por qualquer oração sem sentido e, de antecipação, por tudo que direi aqui. São palavras e mais palavras desconexas que já poderiam ter sido ditas, que ecoaram em minha mente ao longo de alguns meses e nela se instalaram, como um mal aguardando de maneira silenciosa até se manifestar. E então se manifesta agora (me manifesto agora), em tom literário, como sempre foi e deveria ter sido.

Desde que tenho cerca de 12 anos de idade, tenho também um blog. Em alguns momentos, foram até dois, para ser franca. Nada de muito consistente, no entanto. Apenas mais algumas páginas estranhas de uma garota que, como várias outras ao longo desta fase, estava começando a desbravar os territórios obscuros da adolescência. Talvez apenas novos, diferentes... Hoje eu não saberia dizer. Os antigos medos foram exorcizados. Outros prometeram vir pela frente.

Em 2010, todavia, consegui, pela primeira vez, unir minha paixão por Literatura ao amor pela escrita – duas coisas que, aliás, de uma forma ou de outra, sempre tinham caminhado juntas ao longo de minha vida – e criei o Na Parede do Quarto ao lado de duas amigas, um blog tão tímido quanto os outros, mas o único no qual passei a vislumbrar maior potencial. E o primeiro que, mais tarde, se tornou um blog real. Um blog capaz de atrair leitores, de chamar atenção de um público interessado pelos mesmos assuntos e de receber aqueles comentários sensacionais nos quais nossos textos eram elogiados deveras. Um site feito com todo o carinho de uma jovem motivada pela euforia e que, com o tempo, teve papel fundamental na compreensão que passei a ter de meu próprio eu. Um site que, além de meio pelo qual era possível compartilhar gostos literários, também formou a consciência crítica e responsável da blogueira que lhes fala.

Antes e, por algum tempo, durante o NPQ, minha vontade era viver para escrever. Ou escrever para viver. A literatura, afinal, já àquela época tinha se mostrado como um caminho sedutor para quem tão envolvida se sentia pela refinada arte das palavras. A leitura, para quem habituada a ela estava, era também um aconchego, uma ternura antiga e um deslumbramento sempre atual, constante e etéreo, daqueles que a gente carrega ao longo de todo o percurso, haja o que houver. Num momento inexplicável, porém, o tal do Jornalismo – avassalador, fantasioso e com pinta de quem não iria vingar – “houve”, acabou se alojando sutilmente em minha consciência e, de forma homeopática, em meu coração já tão carregado de livros e de vontade de saber.

Coexistindo de maneira saudável, Literatura e Jornalismo (letras maiúsculas para me referir às duas modalidades como pessoas, tais quais a minha consciência as representa) têm sido o combustível para meus textos neste blog desde então. Mais literários que jornalísticos, é verdade, no entanto sempre inspirados um pelo outro. E o Na Parede do Quarto, em meio a tudo isso, viveu momentos de glória para minha mente encantada: as citações em outros blogs; o carinho de quem visitava – e retornava! - a página; o debate gerado por um texto contrário ao de uma articulista do Portal Terra; as parcerias com as editoras que sempre admirei em anonimato; a oportunidade de ter acesso a um livro com muita antecedência; a aproximação do conhecimento sobre a produção editorial; a vontade de também, por um ímpeto pretensioso, fazer literatura. O desejo de ser conhecida e de conhecer mais, de devorar romances de maneira ávida e de conversar com leitores e amigos blogueiros sobre as coisas maravilhosas (ou terríveis) que tinha lido.

Daí as cartas começaram a chegar em casa num momento em que todo esse reconhecimento era apreciado de forma quase religiosa. Eram bilhetes, às vezes textos bem longos também, acompanhados de cartelas de adesivos, marcadores e de todas essas coisinhas que nós, como leitores, passamos a adorar. Mas eram acompanhados especialmente da alegria e do retorno que apenas me motivavam a escrever mais e mais, a melhorar e a explorar a blogosfera literária para a qual eu me dedicava. E foram tempos dourados, como foram! Tempos enriquecedores, que também me causaram eventuais problemas e dores de cabeça, os quais, todavia, sempre foram recompensados com a felicidade de um comentário gigante no dia seguinte.

A partir do final do ano passado, porém, comecei lentamente a sentir um revés em relação ao blog. Estava estressada com a fase pré-vestibular e tinha enormes dificuldades, desde aquela época, para responder comentários e visitar as páginas de outros amigos. Foi o primeiro momento em que, sinceramente, pensei em desistir de tudo isto. Mas a fase ruim passou, a Fernanda e a Karine chegaram para ajudar a mim e a Letícia e, pelas quase 14.000 visitas em janeiro deste ano, voltei a crer que estava no meu rumo. Ainda, como declarei em texto do qual alguns se lembrarão: prometi que ficaria.

Em fevereiro, então, mais precisamente ao final do mês, iniciei um caminho que hoje classificaria sem volta rumo ao Jornalismo, aquele a quem dei os braços para me guiar como profissão e a quem, lentamente, acabei me entregando de corpo inteiro. Foi aqui que o blog começou a perder sinceramente a sua força e eu, como blogueira, minha vontade e o tempo para me dedicar a tudo isso. Pela primeira vez nesses quase três anos, senti-me desnorteada. O que estava fazendo aqui mesmo?

E o descontentamento foi constante. Quando eu dormia mais do que o esperado, enquanto poderia estar postando ou respondendo aos comentários, acordava irritada, triste. Depois vinham uns acessos de dedicação, uma madrugada insone assistindo a vídeos de outros blogs e conversando com gente que me remetia a uma época áurea do Na Parede do Quarto. Foi quando eu me dei conta de que, em nome de tudo aquilo que vocês já me ofereceram, não tinha mais o suficiente para oferecer. Minhas migalhas de blogueira apenas degradavam uma coisa que, ao lado de pessoas incríveis, construí com genuíno carinho.

Há duas semanas, enfim, a conclusão fatídica deste blog martelou em minha mente. Provocou grandes dúvidas, causou uma intensa sensação de letargia e, ao fim, uma paz pessoal que seria difícil de explicar. Conversei com pessoas mais próximas, contei às meninas e, principalmente, à minha consciência. A hora, desta vez, e eu já sabia há algum tempo, tinha chegado.

Então hoje, peço perdão por estes milhares de caracteres, venho aqui oficialmente me despedir de vocês. Com o coração apertado e a saudade já batendo fortemente, concretizo, com este texto, o adeus do Na Parede do Quarto. Para vocês, o adeus ao Na Parede do Quarto.

Nesta minha última apresentação ao estimado público desta página, fico humildemente de joelhos para agradecer a presença de cada leitor que passou, que ficou e que, por algum motivo, trouxe outro leitor àquilo que construímos. Àqueles que comentaram e auxiliaram na construção de um debate sadio e inteligente, deixo um beijo e um abraço sinceros. Aos autores, editoras e demais profissionais que confiaram em nosso trabalho, todo o meu respeito e gratidão. A quem elogiou ou reclamou e colocou a boca no trombone, pelas críticas construtivas, um muito obrigada. Também a você, que está lendo isto agora, pela paciência, pelo respeito e pelo interesse.

Como jornalista, continuo amante da Literatura, disposta a ler, comentar e amar cada novo romance que por algum motivo cair em minhas mãos. Mas também como jornalista, passo a compreender o mundo de um panorama mais amplo, que não pode ser limitado e que, futuramente, talvez me leve a escrever em outro blog, em outros caminhos. E que lá, neste lugar distante, nossos caminhos ainda se cruzem para que possamos construir, com o mesmo carinho e dedicação, o que construímos no Na Parede do Quarto.

Acompanhada da relutância natural de qualquer despedida, enfim, deixo o meu adeus. E também meus agradecimentos, e também minhas paixões. Deixo, acima de tudo, um blog feito especialmente para cada um de vocês. Um blog que, com suas atividades suspensas, passa a viver de maneira longeva em minha memória e, espero, na de todos nós.


Muito obrigada.

Ana Ferreira
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Não é fácil dizer adeus. Principalmente para algo que você acompanhou desde o início. O NPQ cresceu tanto nesses anos, mudou a cara várias vezes, apresentou novas ideias, ganhou novos leitores... E hoje, infelizmente, é tempo de dizer adeus. Obrigada por tudo de bom que vocês nos proporcionaram, a todos os comentários e respostas as nossas postagens que nos deixavam felizes por saber que alguém gostava e apoiava nosso trabalho. Muito Obrigada! Seguiremos nossa vida, tomares rumos diferentes, mas tenho certeza que lembraremos sempre de todos e, especialmente, do blog. Um grande beijo,
 Letícia Figueiredo
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O Na Parede do Quarto já faz parte de mim e é difícil ter que lidar com o fim. Pelo pouco tempo que passei aqui, eu cresci bastante como escritora, conheci novas pessoas e tive experiências incríveis. Tenho apenas a agradecer pelo carinho com o qual fui recebida já na primeira postagem. É triste sim ter que dizer adeus ao blog mas tenho certeza que sempre nos lembraremos dele com muito carinho. Muito obrigada por tudo! Com carinho, 
Fernanda Evangelista
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Antes de chegar a parte triste, que é de fato me despedir de vocês, queria antes dizer algumas coisinhas. Primeiramente, eu adoro escrever, e adoro escrever pra vocês. Sempre fiz isso com o maior gosto e sempre tentei ser o mais atenciosa possível com vocês. Sempre me esforcei para responder a todos os comentários e não deixar ninguém no vácuo. Tentei escrever bem, tentei expressar claramente minha opnião sobre os livros e muitas vezes tentei convencer vocês a lerem certos livros que adorei haha. Enfim, tentei dar o meu melhor e espero que vocês tenham apreciado minhas resenhas e minhas críticas, positivas ou não. Eu sempre adorei ler e espero continuar sendo uma leitora voraz e espero que vocês continuem também. Leiam muito, muitos e muitos livros! Eu amei estar escrevendo esses meses pra vocês e espero que vocês tenham gostado. Não sei se vocês estão sabendo da Turnê Intrinseca que vai acontecer em SP, bem eu provavelmente irei, se algum de vocês forem e quiserem, me procurem. Meu facebook está aqui para contato: https://www.facebook.com/karine.pestana. E o evento da turnê: https://www.facebook.com/events/256856907793920/. Espero encontrar algum de vocês lá. Estou sempre disponível para conversar sobre livros, então, pode chamar no chat a vontade caso vocês queiram dicas ou a minha opinião sobre certo livro. Ok, inicialmente esse texto era para ter uma cinco linhas, acho que acabei passando um pouco. É triste me despedir de vocês, mas aqui vai: tchau pra vocês, agradeço muuuuuuuito a todos que acompanham o blog e eu vou sentir saudades de vocês e de claro, escrever pra vocês. Um abraço e um beijo pra vocês!
Karine Pestana

31 maio 2013

Just Listen, de Sarah Dessen

"Ele tem uma missão quase impossível: fazer com que Annabel 'Não pense nem julgue. Apenas ouça'".

Just Listen nos trás a história de Annabel, uma garota que tem potencial para ser uma das pessoas mais felizes do mundo, já que, como todos julgam, ela tem de tudo. Só que não é bem assim. Sua amiga Sophie não é mais sua amiga e assim acontece o mesmo com Emily e Clarke.

Annabel tem grandes dificuldades de lidar com conflitos. Trabalha como modelo, mas só porque sua mãe quer, não porque gosta. Annabel se vê então envolvida em um drama familiar. Sua irmã do meio está doente, seus pais não a veem como deveriam ver. E tudo é uma grande confusão.

O relacionamento mãe-filha é bem focado no livro, assim como o relacionamento de irmãs. Já que Annabel tem duas, Kristen e Whitney. Vivendo nesse drama familiar, Annabel acaba sendo a única filha que não dá trabalho, também, não era pra menos, já que a mesma guarda todos os sentimentos para si própria. Ela sofre em silencio. E se preocupa em não magoar a todos.

27 maio 2013

Destino Sombrio, de Luís Dill

O tempo é, talvez, uma das questões existenciais que mais intrigam o homem. Também caracterizador ou descaracterizador de uma narrativa, vem sob o papel de protagonista em Destino Sombrio.

Dividida entre duas perspectivas que, por sua vez, narram fragmentos do passado, do presente e do futuro prestes a coincidirem, a história introduzida ao leitor é a de Gildo, um jovem que avança misteriosamente pela estrada, em clima de tensão, como quem tem algo a esconder. Paralelamente a isso, uma mulher conta algumas de suas desventuras amorosas em tom cáustico e aquele mesmo Gildo, no futuro, faz uma visita ao irmão e à cunhada, que acabaram de ter uma filha.

Num tom desconexo e aparentemente sem sentido, Luís Dill conduz seu romance de maneira genial, com a habilidade reconhecida de quem sabe contar histórias, até mesmo aquelas em que a simplicidade é palavra de lei. Em meio a conversas de bar, a uma festa qualquer, a uma visita à família e a muitas gírias típicas de jovens, o livro esconde algo deveras sombrio em sua essência, como aponta o título.
" - E outra - ela continua -, se eu não encontrar a minha metade da laranja, vou procurar minha metade do limão mesmo, botar açúcar, cachaça, gelo e pronto, tudo resolvido."
p. 81

24 maio 2013

A Elite, de Kiera Cass

Atenção: Tentei evitar dar spoilers do primeiro livro, mas como se trata de uma sequência, é inevitável a citação de fatos do primeiro livro.

Em "A Elite", a narrativa continua em primeira pessoa e sendo narrada por America Singer, uma adolescente que foi escolhida para participar da Seleção, um grande reality show onde o príncipe escolhe sua princesa e futura rainha de Illéa. Na segunda "etapa" que forma a elite, America, Natalie, Celeste, Marlee, Kriss e Elise ainda estão disputando o coração do príncipe Maxon.

No segundo volume também são esclarecidos mais fatos sobre a criação da Illéa e de como aconteceram a Terceira e a Quarta Guerra Mundial. É super envolvente o modo com o qual a autora nos traz isso.

Os rebeldes estão cada vez mais perto. E os conflitos estão aumentando no mundo. É hora de fazer contatos políticos e de, talvez, se preparar para uma guerra.

23 maio 2013

O Cavaleiro Fantasma, de Cornelia Funke

Jon Whitcroft acabou de ser mandado a um internato e sua mãe está de namorado novo, existe algo mais lamentável? Sim! Ele deixou pra trás seus amigos, irmãs e cachorro, além de ter  passado dias tendo pesadelos com a sua mais nova escola. Como se tudo já não estivesse ruim o bastante, ele passa a ser perseguido, na nova cidade, por assustadores fantasmas que desejam vingança por coisas que aconteceram até mesmo antes da mãe de Jon ser nascida. 

Ninguém na nova escola parece acreditar que Jon realmente viu fantasmas, o que o leva a inventar uma desculpa para o seu surto no dia anterior. Apenas Ella acredita no garoto e vai até ele descobrir exatamente o que está acontecendo. Ela é uma garota esperta, neta de uma estranha senhora, que cria sapos e leva a vida fazendo visitas guiadas sobre fantasmas nas igrejas locais. Zelda entende tudo de fantasmas, e Ella não fica atrás, a garota ajudará Jon a desvendar um dos maiores mistérios sobre o passado de sua família.

O Cavaleiro Fantasma carrega o selo jovem da Companhia das Letras e foi escrito por uma das mais premiadas autoras da literatura infanto-juvenil atual. Cornelia Funke encanta sempre em suas obras e esse livro não fica atrás, ela mistura o sobrenatural com o cotidiano de um jeito que fica fácil acreditar que fantasmas realmente existem e é nesse contexto em que se desenrola o livro. 

21 maio 2013

Introduzindo novos artistas - Ariana Grande



Olá, pessoal! Como vocês estão? Hoje vou falar pra vocês um pouquinho da cantora, compositora e atriz Ariana Grande. Quem já assistiu ao seriado Brilhante Victória na Nicklodeon a conhece. Interpretando o papel da "lerdinha" Cat, uma menina que, de tão sem noção, era muito engraçada. A série teve fim este ano (já estava desde 2010 no ar) e ela foi tão espetacular no papel que a Nick assinou com ela e a Jennette McCurdy (Sam de ICarly) para uma série só delas duas, intitulada "Sam&Cat".

Apadrinhada no ramo da música por ninguém menos que Katy Perry, seu primeiro álbum está previsto para estrear ainda este ano. O primeiro single, "The Way", em parceria com Mac Miller, já está bombando nas rádios de todo mundo. Ela disse que seu álbum será bem pessoal, afinal, ela escreve suas músicas como se fossem seu diário. Também garante que o som é uma mistura dos anos 50 e 60 com os dias atuais. Hm... Diferente, não?

20 maio 2013

ENCERRADA: Promoção de "A Queda dos Reinos"

PROMOÇÃO ENCERRADA: CONFIRA O RESULTADO ABAIXO

Em minha resenha, tentei deixar claro o quão envolvida fiquei pela leitura de "A Queda dos Reinos":
"Surpreendente em quase todos os sentidos possíveis, incrivelmente maduro e com algumas visíveis referências literárias a outras séries épicas talvez "maiores", A Queda dos Reinos é um belo início para uma coleção que, por essência, já nasceu promissora." Trecho da resenha publicada no blog
Com o auxílio da Editora Seguinte, então, trago agora a oportunidade de que outro leitor possa ser privilegiado com esta leitura.