02 outubro 2011

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2011

Cinema cult Itália - Estranhos Normais

Título original: Happy Family

Lançamento: 2011 (Itália)
Direção: Gabriele Salvatores
Atores: Fabrizio Bentivoglio, Margherita Buy, Fabio De Luigi, Valeria Bilello.
Duração: 90 min
Gênero: Comédia


Vincenzo (Fabrizio Bentivoglio) é um escritor decidido a escrever o roteiro de um filme. Desta forma cria uma história onde duas famílias se aproximam, após dois jovens de 15 anos resolverem se casar. Diante desta situação, Vincenzo cria personagens em que as mães são neuróticas, os pais mais loucos que seus filhos, as avós completamente malucas e os cachorros se apaixonam.



   
Dando início à seção Cinema cult, que hoje vai parlar de Itália, o filme por vocês votado há duas semanas será nosso protagonista: a comédia de 2011, Estranhos Normais.
 
Antes de fazer quaisquer considerações a respeito dele, sinto-me no direito de ser um tanto quanto parcial e pessoal ao explicar os motivos que me levaram a adiar a resenha em uma semana. Fato um, Estranhos Normais é um filme recente, ainda deste ano, que teve sua estreia em julho. Fato dois, filmes italianos não são, exatamente, os mais fáceis de serem encontrados nos cinemas ou em downloads. Fato três, um filme que estreou em julho é antigo o suficiente para ter saído de cartaz e, em contrapartida, novo demais para já ter downloads e/ou DVDs disponíveis. Agora imagine como encontrar e conseguir assistir a este filme dentro de um prazo, sem exibições nos cinemas, downloads raríssimos e muitos sem terem sequer legenda... Adiei o prazo em uma semana. Encontrei um download dublado (pulos de alegria) e, infelizmente, ele me encaminhou a uma daquelas páginas de cadastre seu celular e assista. Gastei R$4,99 de créditos do meu aparelho. Entrei no site do Megaupload, e vi a imagem do filme, muito contente. Contudo tive outra surpresa... Precisava de senha para assistir a ele. Hora de procurar por senhas e usuários especiais no Google. Descubro o JDownloader, um programa que prometia permitir downloads sem as tais senhas requeridas e quase, quase, que esta resenha não saía hoje. Foi tudo por vocês. Acreditem.
 
Ao filme, dirigido por Gabriele Salvatores (que é um homem), o mesmo vencedor do Oscar de Melhor Estrangeiro em 1992 pela comédia Mediterrâneo (aquela na qual ninguém votou na enquete), Happy Family, o título original e muito mais interessante que o traduzido, a propósito, teve uma aparição silenciosa pela mídia, mas agradou consideravelmente a crítica que, em sua maioria, classificou-o como um "bom" filme.
 
O espectador vai acompanhar nessa típica comédia italiana a história de Ezio (Fabio de Luigi), um escritor/roteirista desgraçado com sua vida, que acaba de se divorciar e transferir a sua crise para a criatividade e o inseparável computador ao redigir uma história completamente atípica em que duas famílias de notáveis contrastes se unem pela decisão de seus filhos de 15 anos de se casarem.
 
Com um estilo de narração bem característico, impossível não nos divertirmos nos momentos em que Ezio entra em crise e as personagens reclamam com ele para que continuem sua história cômica com enfoque nos relacionamentos modernos.
 
A convivência entre a família rica de Filippo (Gianmaria Biancuzzi) e Caterina (Valeria Bilello), com a de uma classe social bem mais baixa, da adolescente rebelde Marta (Alice Croci) rende, em meio ao humor, até mesmo uma crítica ou uma forma de representar a sociedade contemporânea, as relações cada vez mais distanciadas no meio familiar, o individualismo e tudo mais que possa compor a Happy Family, título bem sarcástico, a propósito.
 
Personagens caricatos como a avó de Filippo, que sofre de Alzenheimer e a mãe do próprio Ezio, que garantiu uma participação especialíssima colaboram para que o filme seja uma típica comédia italiana bem agradável.
 
Como alguns críticos ressaltaram, há notáveis influências em Estranhos Normais de outras obras e cineastas famosos, dos quais destaco o já conhecido por todos, Tim Burton. Até mesmo a fotografia e a ambientação que mistura o humor com um lado mais "cult" típico do diretor em Meia Noite em Paris, por exemplo.
 
Por fugir dos padrões típicos e esperados de uma comédia comum, é pouco provável que você encontre por aí propagandas escandalosas ou muitos comentários a respeito do longa, que pouco se enquadra nos padrões do cinema doméstico por seu notável "quê" artístico, responsável por lhe render, inclusive, o Prêmio Pirelli na 6ª Semana do Cinema Italiano.
 
Estranhos Normais é a adaptação da peça teatral que Gabriele Salvatores (diretor do mesmo) produziu com Alessandro Genovesi e é válido para aqueles que estiverem em busca de uma boa comédia. Sutil, sem exageros, tudo na dose certa para o entretenimento do espectador.
 
Infelizmente, só encontrei o trailer sem legenda...
 
 
Um bom domingo a todos,