Primeiramente, por motivos de força maior, a Letícia não está podendo postar hoje na coluna de comportamento, então cá estou eu, substituindo-a. Semana que vem tudo já estará de volta ao normal e espero que você, leitor ou leitora, compreenda que minha área não é essa, mas estou fazendo o melhor possível para arrancar uma lasca de comportamento dentro de mim.
Para quem leu o meu post de dicas literárias, deve ter percebido o quanto eu amo esse livro, e o que ele significa pra mim. Não acho sadio dizer, da minha parte, que eu me considero, certas vezes, uma wallflower. Patrick, um personagem do livro, descreve Charlie, o protagonista, assim: "Ele é invisível. (...) Você vê as coisas. Você guarda silêncio sobre elas. E você compreende."
Apesar, claro, das situações que acontecem com ele que não acontecem comigo (como ficar chapado, por exemplo), me identificar tanto assim com um personagem foi alguma coisa predestinada à mim. Não me sinto mais tão sozinha, nem tão mal-compreendida do que antes. Charlie, com suas palavras, confortam-me tão bem quanto outra pessoa. "Deixei que o silêncio colocasse as coisas no lugar em que elas deveriam estar." Por que tantas vezes eu prefiro me calar do que enfrentar alguma situação?
Dizem que é relativo, de pessoa por pessoa, mas esse é um tipo de livro que marca você, assim como outros. É do próprio ser humano isso de querer ver sua dor estampada na cara de alguém. Ou tipografada numa página, sendo ele um livro "pra pensar" ou um romance qualquer. Seus olhos doem ao ler o que você quer ler, e essa é a resposta que você queria.
Você começa a amar Charlie, sentir pena dele, querer gritar com ele, achando que você conhece-o, sendo que nem sabe se esse é o nome dele. Ele já sofreu, assim como você (não necessariamente o mesmo tipo de sofrimento). E, quase sempre, ele se sente pouco amado. "Sam me olhou com doçura. E me abraçou. E eu fechei os olhos, porque só queria sentir os seus braços. E ela me deu um beijo na testa e sussurrou para que ninguém mais ouvisse: "Eu te amo." Eu sabia que ela queria dizer no sentido de amizade, mas não me preocupei, porque tinha sido a terceira vez desde que tia Helen morreu que eu ouvia isso de alguém. As outras duas vezes foram da minha mãe." Ou vai me dizer que a última pessoa que disse um eu te amo sincero já partiu?
Sei que não sou exemplo pra ninguém, mas a única pessoa que pode te entender tão bem, tirando esses personagens que mais parecem gente viva, é você mesmo. Não se desespere, porque você vai estar lá, te ajudando. Mas sempre tenha com quem se segurar, porque a vida não foi feita pra viver sozinho. É por isso que existem os amigos. Charlie também fez amigos. É por isso que existe esperança no mundo. Charlie quase não aguentou. "Não sei se você já se sentiu assim, querendo dormir por mil anos. Ou se sentiu que não existe. Ou que não tem consciência de que existe. Ou algo parecido. Acho que querer isso é muito mórbido, mas eu quero quando me sinto assim. É por isso que estou tentando não pensar."
The Perks Of Being a Wallflower não só marcou, como mudou meu modo de pensar. É por isso que eu não saio de casa sem ele, já se tornou uma bengala. Eu daria um livro a alguém para que pudesse gostar do livro, e não para que sempre soubesse que fui eu quem dei. Porque a vida é mais que isso. Sabe aqueles momentos aos quais você sente que não dá mais. Nessas horas eu penso que outras pessoas já passaram pelo pior, e eu não tenho coragem. Pra falar a verdade, eu amo a minha vida, eu dou valor a ela. Não sei como as pessoas sentem prazer se automutilando. Se bem que eu sinto prazer em me ver superando uma coisa ruim, então isso faz parte da vida de cada um.
Dê uma chance pro mundo, porque ele vai se mostrar melhor aqui pra frente. Nunca é tarde pra recomeçar. E se a vida te der limões, esprema-os nos olhos de quem te deixou assim. Considere isso "uma espécie de tristeza esperançosa. O tipo de tristeza que passa com o tempo." E mais importante: "Então, eu acho que somos o que somos por várias razões. E talvez nunca conheçamos a maior parte delas. Mas mesmo que não tenhamos o poder de escolher quem vamos ser, ainda podemos escolher aonde iremos a partir daqui. Ainda podemos fazer coisas. E podemos tentar ficar bem com elas."
Me desculpem por isso, eu não estou conseguindo colocar claramente as minhas ideias no papel. É difícil, mas quando passamos a ver a vida com outros olhos é diferente. "Então, se esta for a minha última carta, por favor, acredite que está tudo bem comigo, e mesmo quando não estiver, ficará bem logo depois. E eu acredito que seja assim com você também."
Tenham um bom ano! Mari.
Era uma vez um renegado - Lorraine Heath
Há 4 dias
2 comentários:
vim agradecer a visita feita ao meu blog .
seu blog é lindo me lembrou um filme o desenrola que estreia ate essa semana.
Gostei de tudoo.
apareça no meu cantinho, sempre retribuo ainda mais no blog tao fofo quanto o de vcs.
http://dessasfrases.blogspot.com/
Adorei seu post. Amei o livro também. parabens!
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