30 agosto 2011

Destaque do mês #3: Pátria amada...What?

Por motivos de organização, a coluna foi transferida, neste mês, para a terça-feira.

Pátria amada... What?
por Ana Ferreira

    Disseram-me várias vezes detestar a literatura brasileira. Que nossos autores são cansativos, têm enredos muito complicados e que pouco interessam. Quando disse-lhes que os clássicos necessitavam de um pouco mais de paciência e compreensão, alegaram que nem os novos, brasileiros, eram capazes de lhes agradar.
    Pensei que talvez fossem os nomes... Autumn, Edward. Catelyn e Harry poderiam chamar mais atenção que a senhorita “Outono”, Eduardo, Catalina, João ou algo semelhante. Provavelmente não.... Logo podemos chegar à conclusão de que o leitor brasileiro anda encabulado, encantado com tudo que vem de fora.
    Basta um estrangeiro de rosto bonito colocar os pés em terras de Pindorama que já querem saber what's your name. Basta surgir um livro novo, estadunidense, inglês ou francês – é mais chique, certainement -, com a ilustração da capa de ofuscar os olhos, que já ficamos em polvorosa, cheios de dengo e desejosos de tê-lo em mãos.
    Se perguntarem à grande parte dos que cultuam com a Literatura assiduamente quais os nomes de seus autores prediletos, certamente ouvirão Neil Gaiman, dos conhecedores de boas obras, Stephenie Meyer, das mocinhas apaixonadas, Federico Moccia, das pequenas grandes mulheres que amam, J.R.R. Tolkien, mestre dos épicos, de um fã de livros e RPG e, talvez, alguém se arrisque a dizer um Tolstói ou um Nabokov, pois Literatura Russa é “de ponta”, classicamente falando, e esse leitor certamente terá um conhecimento que abrange a áreas extensas de bibliotecas renomadas. Eis que, então, em meio a tantos nomes difíceis de pronunciar, que sempre têm seus livros traduzidos por brasileiros e brasileiras, ouvimos alguém apaixonado pela obra de Clarice Lispector ou a de Mário Quintana, nativos de corpo ou de alma do país tropical. E eu, curiosa, extasiada pela adoração do produto nacional, pergunto-lhes de qual obra desses autores gostam mais, quando me respondem, um pouco embaraçados, que adoram aquele Twitter de frases ou o famoso poema, “Da Felicidade”... “Quantas vezes a gente, em busca de aventura,/ Procede tal e qual o avozinho infeliz:/ Em vão, por toda parte, os óculos procura,/ Tendo-os na ponta do nariz!”
   Não os culpo, não nos culpo, pelo fascínio que os estrangeirismos exercem. É difícil, por exemplo, ir a um sebo e deixar de comprar aquela edição de “A Menina que Roubava Livros” por um Veríssimo empoeirado, mas cheio de conteúdo e prosa a oferecer. É duro guardar 40 reais para uma edição especial de Lygia Fagundes Telles enquanto podemos gastar 20 com um lançamento que garante ser emocionante, elogiadíssimo pelo blogueiro amigo.
    A alguns, faltou o incentivo à leitura vindo desde muito cedo. Que as escolas começassem apresentando-nos ao universo divertido e rico em magia de Pedro Bandeira, Ana Maria Machado ou Lygia Bojunga. Poderiam passar depois a uma prosa um pouco mais madura, ou talvez às crônicas cotidianas de Marina Colasanti, à graça de Luís Fernando Veríssimo, Rubem Alves... Depois viriam os clássicos, mas viriam naturalmente, aos poucos. Alguns contos de Machado de Assis preparariam o leitor para a incógnita de Capitu, as histórias da infância de rapazes travessos acomodariam o jovem com As Memórias de um Sargento de Milícias, o Modernismo, que surgiria mais tarde, seria apenas uma comodidade, um passeio gostoso pelos tempos de nossos pais e avós. Clarice sem traumas, Mário de Andrade com paixão e seu idílio de Amar, Verbo Intransitivo.
    Aos que se negam terminantemente a esses prazeres clássicos da literatura brasileira, de autores muito antigos e, infelizmente, por vezes, póstumos, surgem a todo momento novos escritores de Norte a Sul de uma das maiores pátrias do mundo. Bons, indubitavelmente. Uns que preocupam-se verdadeiramente com a qualidade de suas obras, com os detalhes mais minuciosos para lhe renderem elogios; outros, nem tanto assim... Gente que leu alguns livros na vida e considera-se erudito o suficiente para redigir uma obra com erros abomináveis de ortografia e um desenvolvimento fraco, que nada causa ao leitor.
    Atualmente, a facilidade de publicar foi duplicada, triplicada se posta ao lado da de alguns anos atrás. O número de produções independentes é cada vez maior e muitas editoras jovens investem em autores sobrenaturais pelo calor do momento, que pede vampiros, anjos e súcubos em massa. É impossível não sentir uma certa deficiência no setor, que acaba pecando algumas vezes nas correções. O leitor brasileiro não entusiasma o seu produto, não patenteia. Os autores que tinham ótimas histórias, rendem-se aos best-sellers americanos e escrevem livros à sua imagem e semelhança, com Claire(s) apaixonadas por Ludwig(s) da Silva em Sergipe, nephilins pelas ruas do Bairro da Liberdade, mocinhas que passam as duas primeiras páginas do livro no Rio de Janeiro e fogem a mundos fantásticos, ou a Las Vegas, para encontrarem o amor de sua vida, inegavelmente americano mas que, de alguma forma, compreende perfeitamente o português. O choque bizarro cultural é apenas um dos elementos que reprimem escritores em potencial.
    Não é pouca também a quantidade de gente desesperada, amedrontada, cheia de desconfiança em sua própria temática, que cria finais alternativos para personagens aclamadas pela crítica. Um Harry Potter que veio parar na Bahia, um Frodo que vive no futuro, as princesas de contos de fada vagando pelas ruas de Manhattan e mais uma série de situações que constrangem o leitor que tenta – realmente vem tentando! - apreciar a obra nacional.
   Estranharão alguns leitores o fato de a blogueira que lhes escreve talvez entrar em contradição, uma vez que é notável a maioria predominante de livros internacionais neste blog. Agradeço-lhes pela paciência, meus caros, em terem chegado até estas linhas e assumo que talvez soframos dos mesmos males. Minha autora favorita é brasileira e tenho verdadeiro fascínio pelo texto de Machado de Assis, contudo, também desconfio do que vem sido produzido recentemente na indústria editorial de nosso país. Desconfio de histórias esquisitas, com capas que em nada chamam atenção pela precariedade de alguns autores e editoras descompromissadas, e temo que percamos a nossa identidade literária, cultural...
   Não quero mais histórias de casais fugindo para a Europa por parte de autores que apenas leram artigos no Wikipédia e consideram-se conhecedores do Velho Continente. Não quero nomes americanos ou americanizados, quero mais Maria, João, Pedro, Rafael e muita marmelada. Estou farta de Halloweens eternizados, tenho sentido falta do Curupira, da Iara, do Negrinho do Pastoreio, do Saci travesso que encheu-me a infância de riso. Nem tudo na vida são anjos e vampiros, há um mistério que até hoje não foi solucionado, o do ser humano. Livrem-me, acima de tudo, de “cazas” em vez de “casas”, de “familhas” em vez de “famílias”, de crases em quaisquer preposições que envolvam a letra “a”. Ser escritor não é apenas uma questão de criatividade, de subjetividade e sentimento. Há muita Matemática, muitas Exatas envolvidas nisso. Há regras ortográficas por todas as partes, coesão e coerência, vírgulas, travessões e um conhecimento amplo da Língua Portuguesa. Não sintam-se, de qualquer forma, demasiadamente exigidos. Álvares de Azevedo, aos 16 anos, em um passado muito remoto, já traduzia Shakespeare e Lorde Byron. Morrer aos 20 não o impediu de ser um dos maiores autores da geração ultrarromântica.
    Acima de tudo, peço carinho com a nossa pátria. Peço que olhem com mais amor à riqueza que temos presente em nosso verde, amarelo e azul. Esqueçam-se um pouco do brilhantismo pop dos norte-americanos, da riqueza da cultura erudita europeia e permitam-se a livros sem traduções, puros, em nossa própria língua. Não se deixem iludir. “Dom Casmurro” pode mostrar-se tão alarmante psicologicamente quanto “Lolita”, Clarice Lispector e Virginia Woolf caminham lado a lado, os romances adocicados de José de Alencar perpetuarão em sua alma, “A Cidade do Sol” conta parte da história moderna e da represália do Afeganistão, enquanto, em terras brasileiras, grande parte dos modernistas viveu em tempos de revolução. “As Meninas” retrata do ponto de vista de 3 jovens o quão difíceis foram aqueles anos de censura e regime político. Se, ainda assim, não desistiu de seu amado sobrenatural, procure pelos títulos em blogs que divulgam cada vez mais os nossos novos autores. Se quer sentir o gosto de ser jovem, Talita Rebouças está aí para todos os momentos...
    Preencher as estantes de Brasil não se trata de devorar a lista da USP em véspera de vestibular, mas de permitir-se conhecer e reconhecer as palavras impregnadas de lirismo e de nossa terra de sol, florestas e águas. Avancemos juntos contra o movimento retrógrado, ao esquecimento e apoiemos os autores de qualidade que estão surgindo.
    Se o nosso lema é “Ordem e Progresso”, por que regressar com as letras da pátria amada, que se chama Brasil?

23 comentários:

Aione Simões disse...

U-au!

Ana, mais um texto incrível seu!
Novamente, concordo completamente com você, mesmo fazendo parte dos que são "sugados" e encantados pelos estrangeirismos.
Não consigo definir um autor ou obra favoritos devido à variedade de gênereos existentes, mas posso afirmar que "Dom Casmurro" está no topo da minha lista.
Uma das coisas que muito me deixou feliz com o blog foi a oportunidade de conhecer tantos novos autores que antes eu sequer ouvira falar e cada vez mais tenho me encantando com suas obras.
É uma pena que falte o reconhecimento merecido às obras nacionais, inclusive por parte dos autores que se deixam levar pelo que é produzido no exterior.
Concordo completamente com o que você disse sobre escrever ser, também, uma arte exata. É uma pena que a gramática e a ortografia sejam renegadas a ponto de nos depararmos com erros absurdos por ai.
Enfim, ótimo texto, mais uma vez!
Parabéns!
Beijos!

Unknown disse...

muito bom o texto; concordo que a literatura brasileira realmente é praticamente desprezada, só agora que está conseguindo um destaque maior; mas o clássicos ainda estão emopeirados nas prateleiras. Claro que ninguém é obrigado a gostar de um livro apenas por ser nacional; eu mesma odeio de verdade vários assim como odeio mais ainda muito internacionais. A coisa é que com os temas que fazem sucesso ultimamente (e que querendo ou nao adoramos de paixão) vindo em livros internacionais; os nacionais perdem o foco e a não ser que alguem arranje um tema original semrpe vai ter aquele que vai criticar uma histórias de vampiros em sao paulo e dizer "olha um tentativa de crepusculo nacional" acho que o prorpio brasileiro é descrente com a propria literatura.
Gostei do post!
Beijooo


Cabelos ao Vento

Alinne disse...

Adorei o texto Ana, ótimas palavras!
Concordo com você a maioria das pessoas não valorizam a literatura brasileira,muitas vezes por serem ignorantes de não conhecerem obras nacionais.E não sabem o que estão perdendo pois além desses autores antigos que citou há excelentes n autores novos que tem um talento excepcional que merecem ser reconhecidos e valorizados pelos brasileiros quanto pelos estrangeiros.
beijos.

Books e Desenhos

Dudi Kobayashi disse...

oi ^^
obrigada por visitar o meu blog! :)
Já estou seguindo o seu tmb!
Hoje eu fiz uma postagem nova!
Da uma olhada la!
obrigada
beijinhos

Nati Rabelo disse...

Ana, que vc escreve com maestria, vc ja deve saber certo? rs
ótimo texto e concordo cntg. Na vdd o brasileiro comparado com a população de outros países não valoriza a leitura em si, que dirá a literatura nacional. Li em outro blog, uma postagem que falava de um assunto parecido, onde os próprios autores nacionais atuais usam nomes estrangeiros pros seus personagens, isso pode ser uma forma de atrair a atenção dos brasileiros, já que estes se ligam mais aos nomes gringos, ou simplesmente pq querem criar esse mundo internacional, não tiro o mérito de quem o faz; no entanto desta forma tb afasta um pouco o leitor do nosso Brasil.
Confesso que tenho comprado mais livros internacionais do que nacionais, mas compro de acordo com a história, tem mts nacionais maravilhosos que merecem mt crédito.

Enfim, é isso =)

Beijos!

j disse...

Ana, Ana. Que texto polêmico. Apesar disso, concordo com cada palavra que você escreveu. Eu, desde a infância, me encantei com os Karas e sua luta contra "A droga da obediência", de Pedro Bandeira, e "Tudo ao mesmo tempo agora", de Ana Maria Machado, como alguns exemplos. Já citei em meu blog, que tento não ter preconceitos com nenhum tipo de livro, e venho fazendo isso há alguns anos. Me obrigo a ler, pelo menos um por mês, livros que não me atraíram pela capa nem pela sinopse. Não sei quem mais em sã consciência faria isso, mas já aprendi há muito que livros bons muitas vezes estão "escondidos" ou guardados atrás de um viés pouco empolgante.
Há uns dois meses, por exemplo, resolvi me aventurar em Memórias de um sargento de milícias, que nunca tive vontade, e eis que me vejo maravilhada com a história criada por Manuel Antônio de Almeida. E sei que não quero parar por aqui. Escritores brasileiros clássicos ou comtemporâneos têm tanto (ou mais) a oferecer quanto qualquer estrangeiro.

Beijos
Conjunto da Obra

Luciana disse...

oi Ana

muito bom o texto

conhecer bem a literatura nacional é uma tarefa difícil, mas creio que os adolescentes e crianças de hj ainda conhecem mais do que os adultos qd estavam em idade escolar...

comprar livro é meio difícil ainda mais os clássicos que muita gente só folheia pq é matéria de escola mas é importante ler nem que seja para justificar o motivo de não gostar do autor/gênero literário

bjs

estilorosa.blogspot.com

Cíntia Mara disse...

Oi, Ana!

Ótimo texto, como sempre.

Confesso que leio menos nacionais do que gostaria, mas há vários na minha lista.

Sobre os clássicos, eu sofri por muito tempo com aquele preconceito herdado do colégio. Minha maior frustração literária é ainda não ter conseguido vencer o primeiro capítulo de Dom Casmurro. Sem contar que os clássicos brasileiros são, em sua maioria, da fase realista, e não gostei da maioria dos que li nesse estilo. Gosto dos autores românticos (li apenas 3 romances de José de Alencar, mas gostei tanto que pretendo ler todos), da poesia brasileira (Drummond, Quintana, Leminski) e amo crônicas.

Quanto aos chamados "novos autores", tem a desconfiança, como você mesma disse. Quando começou essa movimentação de apoio aos novos escritores, vi várias resenhas nos blogs literários e comprei vários. Gostei muito da maioria. Só que passou essa primeira "fase" e ficou mais fácil publicar. Aí comecei a ver críticas mais duras e fiquei com o pé atrás. Até que li um livro que, embora com uma boa história, estava repleto de erros grosseiros de português. Fiz uma resenha no blog, e a autora ficou chateada comigo. Parei de comprar esses livros para evitar mais estresse. Agora, quando eu comecei a me abrir de novo, li um livro péssimo, mas que muita gente elogiou. Embora algumas sinopses me agradem, é pouco provável que eu compre sem ter uma opinião realmente confiável, de alguém que conheça o meu gosto.

Entre os clássicos e os novos há outro grupo que, na minha opinião, é pouco divulgado. Letícia Wierzchowski, com seu excelente A Casa das Sete Mulheres, é o exemplo que me ocorre, mas sei que há muitos outros.

Resumindo, cabe a nós, como leitores, vencer nossos preconceitos e como blogueiros - formadores de opinião - divulgar com sinceridade as boas obras que encontramos. Mas também cabe aos autores e editoras prezarem pela qualidade de seus livros, e às livrarias divulgarem.

Uau, comentário gigante, mas nem vou me desculpar, porque o tema pede uma discussão ampla.

Beijos

Teorias de Gi disse...

Concordo, mas eu gosto de livros bons, e amo de paixão Mario Quintana, os livros da Clarice ainda não li, mas gosto de Chico Xavier e estou lendo A Batalha do Apocalipse de EDUARDO SPOHR que me custou R$ 40,00 e naum 20 mas eu tava doida pra ler.
Gosto da nossa literatura...

Respondi ao meme de casais passa la conferir, beijusssss....

Mayara disse...

Ana, texto perfeito. Acho tão linda a sua escrita, tão natural... acaba que você vai lendo o texto e quando vê já está lá no final. Nem o tamanho impede alguém de ler, pq simplesmente nos envolve \o/
Queria dizer que também adoro livros estrangeiros... quer dizer, pq eu recusaria ler um Stephen King ou Markus Zusak? Ou até mesmo sei lá, qualquer outro autor ótimo... haha
Mas, também não dispenso a leitura brasileira. Claro que agora não poderia começar com uma leitura muito difícil. No entanto, temos vários outros livros brasileiros para estimularem nosso prazer literário, que são bons. Não sei se a culpa é das escolas, por mostrarem uma parte cansativa quando ainda somos novos. Mas, preciso confessar que os últimos livros pedidos pela minha escola são maravilhosos. Acho que quando realmente gosta de ler, vc lê de tudo. Tenho vários livros nacionais para ler e vou ler. Porém, vejo tantos livros internacionais que acabo não dando chance, sabe? Mas, isso vai mudar... logo estarei lendo um livro da Clarice Lispector, mais tarde outros mais conhecidos e assim por diante. E sempre que tiver dúvida, só perguntar para professores e até mesmo ver em outros blogs que tratam da literatura brasileira. Vou demorar mais para ler, eu sei... mas, o melhor da leitura, é captar sua essência, seja ela brasileira ou estrangeira. E eé preciso dizer que ver brasileiros lendo, pelo menos um pouco, já é um grande avanço! \o/
Juro que muitas vezes faço esse preconceito sem querer, pq sério... o livro quando eé bom, não importa sua nacionalidade, se é bom, vc lê e se diverte... Raramente vejo pelo estrangeirismo, acaba que eu vejo um livro legal e pego, sabe? É algo que a maioria das pessoas fazem e eu tenho plena consciência de que estou perdendo muito livro brasileiro bom por aí ^^

Just Books disse...

Adorei o texto, muito legal tudo o que você disse e claro a mais pura verdade. A maioria das pessoas 'exclui' a literatura brasileira (e eu me incluo aí, já que leio poucos livros brasileiros, apesar de estar tentando fazê-lo mais ultimamente) de suas leituras preferindo os livros internacionais...

Mas não podemos deixar os brasileiros de lado, até porque são todos tão talentosos quanto qualquer outro estrangeiro. ^^

Adoreei o texto!

bjãoo;*
Naty - Just Books !

Alyne Rubio disse...

Oi Ana, obrigada pelo seu comentário!
Nossa, muito bom seu texto o que reflete a relidade em nosso país hoje. Muito bom dizer o que a gente pensa e talvez tocar mais cabecinhas por aí. Leitura nunca é demais, mas conhecer apenas os escritos de outros países é perder muita coisa boa e linda que o nosso país tem a oferecer. A industria hoje não colabora muito para que principalmente nossos jovens e crianças tenham uma formação mais digna e venham a ter prazer pelas coisas realmente interessantes de nossos autores e artistas, só porcaria vendo sendo criada ultimamente, mas claro, não só no Brasil.
Valeu! Apareça mais vezes pq eu aparecerei rsrsrs. Beijos.

Fernanda Assis disse...

Ei Ana,

Texto excelente, parabéns ^^

Olha eu leio mais literatura internacional com certeza, não por (pre)conceito, mais por atratividade, quantidade de lançamentos, qualidade de edição etc.

Tento manter uma postagem regular de livros nacionais no blog, mas a qualidade dos livros anda me assustando. Enredos ruins - que só virou livro pq o autor banca a publicação, revisão péssima, capas mal feitas e por aí vai. Ainda temos que levar em conta que a grande maioria não aceita crítica negativa, e não tem nada pior do que postar uma resenha e ficar constrangido... por ter sido sincero.

Outra coisa que ainda me irritando é aquele selo Novos talentos da lit. brasileira da Novo Século que publica qualquer coisa desde que paguem. Qualidade baixa espanta mesmo o leitor.

Não estou generalizando, temos ai Eduardo Spohr, André Vianco, Raphael Draccon, Paula Pimeinta, Leila Rego e muitos outros em outro nível, infelizmente não são a maioria.

Quanto aos clássicos já li muitos, hoje em dia é raro, tanto nacional quanto internacional rs.

bjos
Nanda

Maíra Cintra disse...

Perfeito!
Adorei o texto. Concordo com tudo que disse. Os meus preferidos são brasileiros, mas sou muito eclética em tudo. Agora mesmo estou lendo Clarice Lispector, adoro Paulo Coelho, mas "A menina que roubava livros" de Markus Zusak é um dos meus favoritos. Na internet leio de tudo, o que chamar mais atenção eu posto em meu blog. Adoro Clarissa Corrêa, Fernanda Mello, entre outros que leio na internet. Acho que o povo brasileiro deveria dar mais valor ao que está ao seu lado e não buscar coisas internacionais porque é mais chique. Parabéns pelo texto e obrigada pelo comentário!
Beijos

Paola Aleksandra disse...

Falou tudo Ana!

Atualmente ando lendo críticas bobas e sem fundamento a nossa literatura, e o pior, pessoas que se dizem super leitores e que não respeitam os clássicos nacionais. Sou do tipo "encantada" com a literatura estrangeira, confesso que adoro as capas, mas tbm sei que é fácil se decepcionar com esses livros. E o melhor, é que com o blog, aprendi a ler os livros nacionais, e dar crédito a eles, e posso dizer que ultimamente tenho me encantado com a genialidade de alguns deles, a Laura Elias é ótimo exemplo, ela escreve tão bem, e para quem gosta de romance sobrenatural é um ótima escolha. Sabe o que penso Ana, que não falta só incentivo a esses autores, mas sim "educação" aos nossos leitores, é triste, mas é a mais pura verdade, o brasileiro não sabe ler, e eu sei disso por experiência própria.

Beijokas

Pah, Livros & Fuxicos

Vick disse...

Querida o seu texto ficou ótimo, muito bom mesmo! O assunto não chega a ser dos mais polêmicos, acho que todo mundo já percebeu que a literatura brasileira não agrada a maioria dos leitores brasileiros. Eu li muito mais livros brasileiros, de autores brasileiros do que dos de fora. Mas então, achei teu blog através do blog da Gi, teorias de gi, e agora já estou seguindo e já virei leitora fiel, gostei muito do blog, parabéns! se quiser passar e olhar o meu fique a vontade, é pessoal, é pequeno mas é de coração hahaha' www.sentireviverotempo.blogspot.com

Sora Seishin disse...

Oi Ana!
Excelente seu post! Eu não posso falar nada porque leio autores internacionais com muito mais frequência do que nacionais... Mas posso dizer que, se não fosse o fato de eu ir atrás de livros que eu gostasse quando era criança, eu teria crescido odiando ler. Na escola, só li livros chatos, o que só piorou com o vestibular. Em compensação, eu adorava ir na biblioteca e pegar emprestado Pedro Bandeira, Marcos Rey, toda a coleção Vaga-Lume.
Acho que as escolas precisam colocar autores mais atuais em seus currículos. Só assim para incentivar a criançada a ler.
Beijos,
Sora - Meu Jardim de Livros

Nathália Risso disse...

Oi Aninha :)
Mais uma vez um texto excelente, escrito maravilhosamente bem!
Concordo completamente com você! Acho que precisamos dar valor, e sentirmos orgulho das tantas obras e escritores maravilhosos que são nossos!
Eu creio que os leitores de hoje começaram a ler autores como Stephenie Meyer, Meg Cabot, e mal conhecem os autores brasileiros! Não falo dos clássicos, dos livros que temos que ler para o vestibular. Eu mesma começei a tomar gosto pela leitura quando lia os livros do Pedro Bandeira, daquela série dos Karas! Acho que ele é meu escritor favorito, simplesmente brilhante!
É muito bom podermos prestigiar livros internacionais, mas ainda melhor conhecermos os livros nacionais, os escritores nacionais, que tem tanto a nos oferecer :D
Obrigada pela visita e pelo comentário!
Tem post novo no blog: Divulgação: Selo Brasileiro na Bienal do Rio
Participe das promoções do blog!
Passa lá :)
Beijos, Nath
@brgnat
Books In Wonderland - http://www.booksinwonderland.com

Carla Wolf disse...

Adorei o post disse tudo,os brasileiros realmente esqueceram sua pátria,é como se só o que fosse de fora tivesse valor,as coisas daqui não,esse ano na escola estou estudando literatura brasileira,confesso que achei meio chata,mas quando você lê e vê a essência daquilo,as coisas mudam,comprar um livro é muito mais que se apaixonar pela capa,é lê-la e principalmente compreendê-la
http://caahwolf.blogspot.com/

Vanessa Meira disse...

Olá, veja o post no Coisas da necessaire, indicando o Na parede do quarto no blog day -
http://coisasdanecessaire.blogspot.com/2011/08/blog-day.html

Ind Freitas disse...

Olá, estou passando por aqui para retribuir seu carinho no meu blog (Ind Freitas) e dizer que adorei teu blog e concerteza estarei passando por aqui mais vezes!
Adorei a forma como vocês escrevem, adorei a opinião defendida no post acima e concordo plenamente apesar de confessar que normalmente literatura estrangeira chama bastante a minha atenção. (questiono-me nesse momento, juro.Rs)
No momento eu estou lendo um livro com o título " As 100 melhores crônicas brasileiras." e já que é para valorizar a literatura nacional eu digo: "Leiam esse livro e na oportunidade pulem para a crônica, medo da eternidade, de Clarice Lispecktor. Super recomendo!"

Seguido!
Beijosbeijos *-*

Unknown disse...

Excelente texto. Hoje também sinto muita falta das Marias, Josés e Pedros em nossos livros. Hoje em dia é inevitável a introdução de autores de fora em nossas leituras ( globalização está aí) e isto é algo infinitamente construtivo, entretanto, o que realmente me deprime é o detrimento da nossa literatura frente a estrangeira. Um dos grandes fatores que causaram esta morbidade da nossa literatura foi, como você mesmo cita no texto, a necessidade de devorar os livros todos os livros da FUVEST ao invés de apreciá-los, é hoje fazer uma obrigação\obsessão daquilo que deveria ser um puro prazer.

Mas esta é só a minha opinião ;)

Bjus

Unknown disse...

Um dos melhores textos que já li em blogs. Muito bom!!

Leio muitos autores internacionais, assumo, mas adoro a literatura nacional. O citado José de Alencar é um dos meus preferidos.

Quanto a literatura contemporânea, acho que é controversa. Alguns autores são excelentes, como o Veríssimo e o André vianco, outros só querem fazer sucesso, e talento e estudo faltam em suas obras.

Mas continuo lendo e esperando encontrar ótimos autores no nosso Brasil.

Beijos!!