26 junho 2011

Destaque do mês #1 - Romances Melosos

Este é um texto de caráter exclusivamente crítico que não visa ofender ou ridicularizar.
   Feitos para atingirem quase (eu disse QUASE) que exclusivamente as mulheres, os romances que seguem a linha “água com açúcar” existem desde que o mundo é mundo e continuam a ser produzidos em larga escala. O que você acha deles? Gosta? Não gosta?

   Podem me dizer que isso é tendência de autores novos, mas perdoem-me, pois não é. Os romances aguados e adocicados em todos os sentidos são escritos há tempo. Há muito tempo. Voltando um pouco nos séculos, temos, por exemplo, Jane Austen. Desculpem-me os fãs, acho que a autora tem uma escrita incrível, peculiar, todavia vá dizer que a fórmula das histórias dela não são extremamente simples, precursoras de toda uma geração romântica que nos apresenta um mocinho e uma mocinha, quase sempre passivos da ação de um (ou dois) vilão(ões) ou de seus próprios sentimentos que os impedem de ficarem juntos.
   O enredo é simples e vem vestindo várias faces e características com o passar dos anos. Princesas e príncipes, plebeias e plebeus, rainhas e reis, pessoas normais... Eles podem ser incrivelmente semelhantes, as tais das almas gêmeas ou ainda, uma aposta que também dá certo, serem completamente opostos, daqueles que soltam faíscas quando estão juntos. Tem também aquela história, aquela bem conhecida de nós todos na qual o vilão vira o mocinho (Edward Cullen, oi?).
   Caro leitor, eu ADORO romances. Sério mesmo. Tinha uma época, tempos remotos, na qual eu lia a geração romântica mesmo, aqueles livros incrivelmente melosos com uma linguagem incrivelmente poética e densa que me ensinou muito. E eu gostei, sabe? Li Camilo Castelo Branco, José de Alencar em seu período mais doce e até mesmo a não tão famosa fase de Machado de Assis da corrente literária romântica que terminavam de uma forma, ou extremamente utópica (“Felizes para sempre”) ou de uma forma extremamente trágica. Confesso que sempre adorei as trágicas, nada pessoal.
   Este é o primeiro destaque do mês que estou trazendo a vocês e achei o assunto adequadíssimo para vir à tona porque, sinceramente, tenho observado uma quantidade considerável de autores sendo extremamente tendenciosos nas fórmulas românticas, abusando do melodrama e esquecendo muitas vezes de dar essência, personalidade aos seus livros e também, nada surpreendente, às suas personagens dependentes de romances que as tornam verdadeiras parasitas. Já repararam na enorme massa de livros quase sempre jovens, infelizmente, que tendem a falar repetidamente daquela historinha da paixãozinha que surge do nada e vira um amor eterno? Tenho certeza de que sim. Fico triste, sinceramente, porque são tantas histórias que poderiam ser boas perdendo-se entre as juras de paixões tão profundas quanto um pires... Só para variar, capitalistas como somos, alguns autores deixam de importar-se com a qualidade de suas obras para vender o que o público gosta de ler. E ei, se você faz parte do público que procura um diferencial, seja exigente! Critique! Aposto que já se cansou de historinhas que passaram do prazo de validade com aqueles diálogos que até parecem ser iguais. Incrível, não?
   E sabem de uma coisa curiosa? Abri os olhos para escrever esta postagem enquanto lia Anna e o Beijo Francês. Permitam-me explicar-lhes, por favor! Não estou dizendo que o livro siga esse paralelo, adorei o livro, apesar de eu achar Anna meio boba no começo, não acho que ele seja como estes dos quais falo sobre. Mas tem uma passagem na qual Anna e St. Clair conversam e ele diz como um autor (o pai da Ana, que muita gente está dizendo ser uma crítica a Nicholas Sparks), terrivelmente, tem a capacidade de escrever de uma forma tendenciosa sobre o câncer e as pessoas se curvarem perante a essa obra. Uau, nunca tinha parado para pensar nisso porque, de certa forma, é terrível mesmo.
   E aí vem à tona o nome de Sparks. Tem tanta gente que adora os livros dele. Li A Última Música e gostei. Mas só. Pronto. Acabou. Eu também chorei, mas não por algo realmente profundo, por algo que as pessoas simplesmente choram e isso não me agrada. Se você parar para prestar atenção, as obras dele seguem um modelo. A de todos os autores, eu sei. Todavia, vamos lá... Temos uma mocinha ou um mocinho revoltado e eles descobrem com a vida de uma forma triste e também feliz o que é o amor, a mudança que eles nos provoca e o quão importante é a religiosidade, o quanto ela pode nos apoiar. Tá. É tão politicamente correto que me cansa. E é esse o poder que os romances melosos têm tido sobre mim! Eles CANSAM, sabe?
Será?
   Onde está a criatividade ao falar-se de amor? Ao ser natural, ao mostrá-lo como uma coisa da vida e não como o centro do universo. Estou cansada de mocinhas que se curvam diante de seus namoradinhos jurando amor eterno com dezessete anos. Estou cansada também de criarem e recriarem em cima de criaturas de outro mundo para mostrar quantas barreiras o amor ultrapassa quando ele pode ser tão mais simples, tão mais bonito e tão menos cansativo.
   Não é que eu não goste de romances, todavia essa coisa de “Você é a minha vida agora” me cansa e mais ainda porque eu sei que ela vai continuar a ser best-seller, vai continuar a vender horrores e vai continuar a passar na sessão da tarde. E por mais que as pessoas satirizem isso, ironizem aquela historinha água com açúcar, elas vão continuar a assisti-las e tê-las aos montes em suas estantes.
   Falar de amor é lindo, contudo está perdendo todo o seu lirismo em meio a essas histórias capengas que começam de uma forma esquisitíssima e duram quase sempre, para sempre.
   Adoro romances e vou continuar a gostar deles, mas confesso que um dia desses um título e uma história de Stephen King estavam incrivelmente mais convincentes quando eu buscava por algo emocionante. É.

   Agora deixe a sua opinião! Quero saber o que você acha a respeito dos romances melosos... Solte o verbo!

13 comentários:

TeamB disse...

Ah, ninguém é obrigado a gostar e muito menos a ler. Acho que existe sim uma tendência dos novos autores a seguir esse ritmo romântico, mas da mesma forma que os cantores, artistas e a balela toda. Não curto muito esse tipo livros que seguem esse ritmo meloso, acho piegas demais, mas felizmente, não dá para dizer que só existe esse estilo literário, né? Há uma vasta biblioteca por aí, não tenho do que reclamar.
Beijos :]
Jups

Vanessa Meiser disse...

Eu costumo ler de tudo, apenas não curto muito o sobrenatural, quer dizer, abro algumas exceções, mas procuro não seguir modismos, leio mesmo aquilo que me chama a atenção.

Ana, preciso te dizer, você escreve muito bem viu, adorei sua postagem, como é bom visitar um blog e se deparar com algo tão bem escrito. Parabéns de verdade.Vale muito a pena vir aqui sempre.

Um grande beijo.

Fernanda Assis disse...

Ei Ana,

Ficou muito bom o seu texto, apesar de eu não ver estes livros da mesma maneira.

Eu gosto dos romances sobrenaturais, embora acha meio besta as meninas se apaixonarem perdidamente à primeira vista ne rsrs. Mas a maioria eu gosto, acho as histórias bonitinhas e tal, nada contra.

Mas é aquela coisa, se vale o cara ser vampiro, vale a menina casar aso 17 hahaha. Para mim é tudo ficção, não entro muito neste mérido. :P

bjoo
Nanda

P.S: Comprei os eslmaltes da Hit pelo site, a coleção q vc postou rs

Paola Aleksandra disse...

Oii
Bem eu gosto muito de romances sobrenaturais, e também gosto de romances melosos, eu choro, me emociono e muitas vezes também fico doida pelo mocinho do livro, ahuahauh, eu também vejo que atualmente existe uma tendência para esse tipo de livro mas, o que me importa é a estória, no final de tudo se gostei ou não, eu tenho uma queda por esse tipo de livro, leio mas não são todos que me encantam, acho que tudo depende do gosto de quem lê, e o gostoso da leitura é isso, cada leitor julga o livro a partir de seus gostos e interesses o que deixa tudo bem mais democrático! auahauha


Bju

Livros & Fuxicos

Evellyn disse...

Gostei mesmo da ideia do text Anna...
Mas sabe eu não to cansada não... Eu gosto mt de ler coisas onde o amor é a base da vida e tudo pode e tudo muda e o amor transforma as pessoas pro bem ou as deixa loucas!!
Sabe, acho que a vida real já é tão 'pesada'... Nos livros gosto de ter essas sensação, mesmo q ela seja irreal ou impossivel ou ate mesmo inadequada..
Isso sempre sera bestseller pq ach que como eu as pessoas leem para se emocionar ou ate fugir da realidade então essas leituras que são idealizações da vida sempre vão agradar!

Concordo que NS tem uma formula certeira e que os livros dele são basicamente mais do mesmo, mas acho que esse é 'o lance' dele e se ele ta bem nisso e todo mundo gosta, deve continuar assim! rs
Eu logo percebi que o pai da Anna era o Nicholas - impossivel não comparar - mas preciso ler tudo antes de opinar se acho que foi uma critica boa ou ruim a ele.. rs

Enfim, achei a coluna mt boa ^^ estou deixando minha opinião
Não me acho uma romantica 'na vida' - pelo contrario, sou ate pouco - mas na literatura eu amo ler coisas assim (deve ser pra compensar)!

Bjs
Hey Evellyn!

Tsu disse...

Achei seu blog excelente e.que vontade de conhecer a Disney1

Queria te seguir, mas o link dos seguidores não está brindo!

http://www.empadinhafrita.blogspot.com

Gabriele Santos disse...

que dificuldade para começar a escrever este comentário porque é realmente complicado.
Esse negócio de tendência me enche. Tudo virou tendência gente. E quando a coisa é boa, não vejo nada de mal, desde que a pessoa o faça porque gosta e não para atrair uma quantidade considerável de "fãns". Adoro os livros de Nicholas Sparks, mas sei dizer que os livros dele seguem um padrão e que uma única temática é exageradamente explorada. Mas isto não me impede de ler, chorar e aprender. O negócio é aprender a separar a realidade da ficção.
Quando o livro é extremamente 'água com açucar' eu não gosto. Ou quando o livro fixa naquilo abordando somente esta temática do amor incondicional do mocinho e da mocinha. Esse tipo de livro é válido porque muitas meninas novas ainda não tem o hábito da leitura e por causa destes elas passam a adquirir este hábito e com o tempo, quem sabe, elas não evoluem e passam a admirar grandes clássicos.
Resumindo: sei muito bem que neste tipo de romance não há grande construção de personagens, cenários e etc, mas de todo não são ruim. Não sou a favor do movimento para queimá-los em praça pública, como muitas pessoas querem. Só acho que não devemos nos prender a somente este tipo de leitura. Ai sim tem probleminhas.
Beijo grande Ana e desculpa o tamanho do comentário. (acho q só vc vai ler rrss).
ah eu li Helena de Machado de Assis, é da fase romântica dele e é trágico. Então você pode gostar.
Beijos.

Anônimo disse...

Palmas para Ana!
Faz tempo que quero fazer um post sobre o Nicholas Sparks, explicando porque não sou fã dele como o resto do mundo é.
Amo a Jane Austen, embora concorde que ela use essa mesma fórmula... Gosto da narrativa, dos personagens, do ambiente em que ocorrem as histórias. Mas quando li Razão e Sensibilidade, depois de ler Orgulho e Preconceito, tantas semelhantes situações me incomodaram um pouco. Ainda continuam sendo dos meus livros favoritos.
Já Federico Moccia é super convincente, não acha?
Ótima coluna!
Abraço,
Tarsila

Anônimo disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Aline Gasparini disse...

Ah, adorei o seu post. Quando você citou o Nicholas Sparks senti a necessidade de falar dele 'Haha. Confesso que de tanto que lia resenhas positivas sobre os livros dele fui com muita sede ao pote e já no primeiro livro do autor fiquei tipo assim, oi? E quanto aos romances que você citou, de vez em quando até gosto de ler livros assim, mas sou obrigada a concordar com você em alguns fatos, realmente alguns chegam a ser cansativos.

Beijos&beijos
Book is life

Unknown disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Unknown disse...

Olá Ana,
Gostei bastante do seu texto, muito bem fundamentado, porém devo admitir que sou super fã de romances melosos rs. Mas uma coisa eu concordo com você, eu acho que para ser bom precisa ter mais profundidade. Não gosto muito daqueles livros que basta apenas algumas conversas e os protagonistas já se apaixonaram para sempre e o outro vira todo o sentido da sua existência. Hoje em dia tem muito romance "capenga" por aí, onde não conseguimos nem mesmo simpatizar com os protagonistas, mas dependendo da forma como é escrito e se cativa ou não o leitor, acho que é isso que importa acima de tudo. Romancens bons mesmo são aqueles bem formulados, onde seus personagens vão sendo desenvolvidos pouco a pouco até chegar o momento em que sentimos conhecê-los como a um amigo, independente de seguir a fórmula mágica ou não. Alguns conseguem, muitos deles, não.
Agora devo admitir que gosto bastante do Nicholas Sparks, acho que ele consegue escrever sim um bom romance. Lógico que como qualquer autor, nem todos os livros dele são excelentes, mas alguns são ótimos e dignos de leitura. De qualquer forma não é o meu autor preferido de romance, apesar que é tão difícil escolher um só, prefiro ficar com alguns (muitos) na minha listinha.
Lindo o seu blog, adorei mesmo e já estou seguindo! ^^
Com certeza voltarei mais vezes!
Bjs, Duda
http://boookaddict.blogspot.com/

Teorias de Gi disse...

Sinceramente cansa mesmo, eu assisti ao filme Crepusculo ai decidi ler o livro e Crepusculo foi o livro mais dificil pra mim ler o primeiro claro, porque le é lindo é perfeito e todo certinho, aquilo me irritava profundamente, mas consegui ler o livro todo porqu tirando estas partes melosas tem seu encanto, tanto que li todos...acho que dos romances que li o que mais gostei e achei diferente (no meu ponto de vista pelo menos) é O Morro Dos Ventos Uivantes da Emily th porque sera que eu li ele? Sim foi por causa do Edward e da Bella, se não tivesse lido Crepusculo amis iria ler um livro com este nome, mas foi um dos melhores que li de romance...não leio muitos romances eu acho...bye!