21 janeiro 2012

As Crônicas da Terra do Lago: O Primeiro-ministro, de Iracy Araujo

Resenha da semana é uma coluna na qual Ana dá sua opinião a respeito do livro lido no momento, com direito a trechos e informações completas sobre a obra e o autor. Postada aos sábados.
Título: As Crônicas da Terra do Lago: O Primeiro-ministro
Autora: Iracy Araujo
Editora: Novo Século
Número de páginas: 142
Edição: São Paulo 2011
ISBN: 978-85-7679-506-3
Gênero: Literatura brasileira; Épico; Fantasia
"[...]o bem e o mal convivem juntos, dentro de nós. Somos nós que permitimos que um ou o outro prevaleça. Vai depender de ti se ouvirão de tua boca o canto do pássaro ou o rugido do lobo."
Recentemente, com o lançamento do livro de Iracy Araujo pelo famoso selo da Novo Século que dá oportunidades a novos autores da literatura brasileira, foi comum que os leitores constantes acerca da blogosfera literária se deparassem com um sem-número de resenhas a respeito de As Crônicas da Terra do Lago. Passado o frenesi inicial, venho trazer-lhes minhas impressões sobre este volume introdutório de uma série que une aventura épica, fantasia e até vestígios de um possível romance.

Foi uma leitura que iniciei sem grandes expectativas e/ou preconceitos, que também não me surpreendeu realmente, mas, no conjunto central, agradou. Para começar, devo concordar com muitos blogueiros que alegaram a facilidade da leitura e de sua fluidez, ambas importantes para que as 142 páginas passem rapidamente e entretenham seu público.

Em As Crônicas da Terra do Lago, conhecemos o próspero reino onde governa o rei Darel. Logo no início, deparamo-nos com uma profecia prevista por seu conselheiro, Quíron, que implica no nascimento da herdeira real, Diana, sucedido e causador da morte da rainha Yllana que parte por lhe dar à luz. Abatido pela perda, o rei segue naturalmente adiante, zelando por sua filha e suas funções no governo. Apesar de toda a paz, entretanto, pela qual o reino é famoso, seu sucesso e riqueza passam a chamar a atenção de outros monarcas. Entre eles, surge Magnus, odioso senhor da guerra, cheio de ambições, que marcha com seu exército rumo ao terror e à vitória, nunca tendo perdido uma batalha, prometendo opressão ao povo que domina: a imagem da tirania.

O rei Darel, conhecendo a fragilidade de seu povo trabalhador e despreparado no que diz respeito a um combate de tal amplitude, teme por sua própria queda e, principalmente, por sua amada Diana, a filha criança, princesa do povo da Terra do Lago. Sabendo que é a única chance de vida da menina e que deve manter-se à frente de seu reino até o último instante, com um aperto no coração, confia a vida dela a Quíron, seu leal conselheiro, que deve escondê-la e cuidar de sua educação até o dia em que se torne adulta para reivindicar sua soberania no reino e recrutar todos os senhores que foram humilhados e oprimidos por Magnus. O homem, então, ao lado de sua filha adolescente e um tanto rebelde, Selene, parte com a princesa e a acolhe amorosamente como a uma neta.

A partir daí, acompanhamos o crescimento de Diana e Selene, simultaneamente, que logo assumem os papéis de protagonistas da história como heroínas prematuras, quase irmãs, sendo Selene a verdadeira responsável pela proteção à jovem princesa.

Como pilares e um prelúdio propriamente dito do que está por vir na Terra do Lago, a premissa da história é consistente e cumpre bem o seu papel. O grande problema vem, entretanto, da velocidade com a qual os fatos são contados, impedindo a eventual aproximação do leitor com as personagens. Muitos anos se passam ao longo das 142 páginas e é inevitável sentir uma certa carência de informações, como no que diz respeito ao treinamento de Selene, por exemplo, e seu envolvimento sentimental com certas personagens.

Apesar da escassez de detalhes na temática, um ponto positivo a se destacar é, provavelmente, a consistência da fantasia que, embora seja fictícia, situa-se bem num contexto histórico realista e que não confunde o leitor com universos paralelos e esquisitos. Curioso também que, nos diálogos, a forma de tratamento "você" com a qual estamos habituados, seja substituída pelo arcaico "tu", por vezes duvidoso, mas talvez tenha sido a falta de costume e familiaridade mesmo. Em tratando-se de revisão, senti falta de muitos acentos, mas nada que prejudicasse realmente o desenvolvimento da história.

No mais, As Crônicas da Terra do Lago é uma leitura interessante para quem gosta de épicos fantásticos e quer se entreter um pouco numa tarde preguiçosa, facilmente preenchida por cada um dos capítulos deste livro. E que venha a continuação!
"Os nobres da corte te reconhecerão como a princesa Diana D'Reins, filha única de Darel e Yllana. É teu direito e teu destino."
Avaliação Geral:
 Nota 3 de 5 (Bom)

Pessoal, tentei responder alguns comentários até hoje, pois estarei viajando nesta semana, mas deixo minhas postagens programadas e provavelmente entrarei aqui no domingo, na terça e na quinta. Qualquer problema ou dúvida, podem me contactar da mesma forma que tentarei responder. No mais, espero que compreendam minha ausência em seus blogs.

Um bom sábado a todos!

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