Resenha da semana é uma coluna na qual Ana dá sua opinião a respeito do livro lido no momento, com direito a trechos e informações completas sobre a obra e o autor. Postada aos sábados.
Título: Eu, Alex Cross
Título original: I, Alex Cross
Autor: James Patterson
Tradução de: Fabiano Morais
Editora: Arqueiro
Número de páginas: 199
Edição: São Paulo 2011
ISBN: 978-85-8041-033-4
Gênero: Suspense; Ficção; Literatura Estadunidense; Policial
"Eu, Alex Cross, prometo solenemente a todos os presentes nesta festa de aniversário me esforçar ao máximo para equilibrar minha vida pessoal e minha vida profissional e nunca mais mergulhar no lado sombrio."A cada ano, no meio literário, surgem promissores talentos, autores de várias histórias que, muito repentinamente, tornam-se best-sellers mundiais e têm selos estampados nas capas de seus livros indicando quantas milhões de pessoas já os leram e aprovaram. Com James Patterson a situação é exatamente a mesma. Conhecido por ser um escritor versátil, que muda facilmente do romance para o suspense, do suspense para o juvenil, seus livros são campeões de venda, mais de 230 milhões vendidos mundo afora.
Assim, inevitavelmente, decidi por enfim me render a uma de suas distintas narrativas e, contrariando algumas opiniões por aí, creio que por excesso de expectativa, senti uma certa fraqueza no enredo, que traz aquela fórmula já conhecida dos suspenses e deixa muito a desejar.
Através de uma linguagem simples, com capítulos intercalados entre outras personagens importantes no crime em torno do qual gira a premissa de Eu, Alex Cross, conhecemos o tal, o protagonista, detetive Alex Cross, um profissional de reputação respeitada por policiais de vários departamentos do sistema de segurança americano. Em meio a uma festa de família na qual todos comemoram mais um aniversário do detetive, este recebe uma ligação de um conhecido no trabalho, informando-lhe a respeito de um terrível crime hediondo, aplicado em sua própria sobrinha, Caroline Cross, brutalmente morta e mutilada em um triturador de madeira. Transtornado com tamanha violência, Alex entra de cabeça no caso com a ajuda de sua namorada e também detetive, Brianna Stone, em busca de respostas. Não tarda a descobrir que Caroline estava envolvida com prostituição e, assim como ela, muitas garotas de um clube privativo para ricos desapareceram misteriosamente nos últimos meses. Em meio a tudo, surge um nome, Zeus, um homem de gosto excêntrico que sacia seus desejos no lugar e que pode ser a chave do problema. Apenas para melhorar, profissionais do serviço secreto e da Casa Branca pedem que o detetive se afaste do caso, com tantas pessoas importantes envolvidas. Paralelamente a isso, Alex vive uma crise familiar com sua avó tendo problemas de saúde e seus filhos sentindo sua ausência no lar.
A temática, em si, é consistente, interessante. Os capítulos curtos e intercalados garantem uma fluidez maior à história e atiçam a curiosidade do leitor, típico do gênero policial. O grande problema, entretanto, é o quão frívolo o caso pode se mostrar.
Parte do mistério da história fica evidente em momento prematuro da narrativa, deixando apenas alguns resquícios para o fim, os quais também não são totalmente resolvidos. Senti imensamente a falta de algumas pontas atadas, que deixaram Eu, Alex Cross em aberto onde não era sensato tê-lo feito.
No mais, o livro embala, em sua própria velocidade, intriga principalmente no que diz respeito à barbaridade dos crimes, à forma com a qual eles são executados. Alex também é um personagem simpático, que faz com que o leitor dele goste e torça. Sua história com Nana e a família é meiga, natural, e confere maior leveza ao livro.
Diria que, acima de todas as coisas, James Patterson decepcionou. Não que a história propriamente seja ruim, mas seu desfecho é muito incerto, primitivo, e quem estiver buscando por um policial de verdade, daqueles que nos faz pirar, literalmente, nas mentes criminosas, não creio que seja a melhor alternativa. Quem sabe numa próxima, tamanha a reputação que o nome carrega. Algo me diz, em meio a tanto, para não desistir. E não desistirei.
Classificação Geral:
Nota 3 de 5 (Bom)
Um bom sábado a todos,
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