25 fevereiro 2012

Para Sempre, de Kim e Krickitt Carpenter

Resenha da semana é uma coluna na qual Ana dá sua opinião a respeito do livro lido no momento, com direito a trechos e informações completas sobre a obra e o autor. Postada aos sábados.
Título: Para Sempre
Título original: The Vow
Autores: Kim e Krickitt Capenter, com colaboração de Dana Wilkerson
Tradução de: Ivar Panazzollo Júnior
Editora: Novo Conceito (cortesia - parceira)
Número de páginas: 144
ISBN: 978-85-8163-008-3
Gênero: Biografia cristã; Literatura estadunidense
"Krisxan, passei a amá-la muito desde que a conheci. Agradeço a você por me amar dessa maneira tão bela e especial. Prometo amá-la e respeitá-la completamente. Prometo sustentá-la e protegê-la em tempos de necessidadade e dificuldade. Prometo ser fiel, honesto e aberto; devotar-me a cada uma de suas necessidades e desejos. Acima de tudo, prometo ser o homem por quem você se apaixonou. Eu amo você."
p. 26


Quando comecei a ler Para Sempre, sabia que naquela resma de 144 páginas havia uma história sobre um caso de amor real e, talvez por isso, esperava me emocionar mais ou sofrer com os problemas reais pelos quais as pessoas dispostas a amar estão propensas. Verdade seja dita, aguardava talvez por mais floreios e lirismos, um erro meu quando este livro se trata, basicamente, de uma biografia. Com forte caráter cristão, a propósito.

A história é narrada do ponto de vista de Kim, que vai contando toda sua trajetória romântica com Krickitt desde a primeira conversa entre os dois, que se conheceram muito por acaso. Ela, uma atendente de uma loja desportiva. Ele, um cliente que apenas buscava por informações e acabou se encantando com a voz e a delicadeza da moça, que não o tratava como mais um consumidor, mas alguém em particular, alguém especial. Do primeiro telefonema de negócios, Kim continuou a ligar inventando desculpas e logo os dois se tornaram amigos, passando horas a dialogar sobre suas vidas. Começam os encontros e surge uma certeza de que encontraram o amor de suas vidas. Casam-se e apenas dois meses depois da feliz data, com tantos momentos bons a viver juntos, sofrem um acidente de carro que deixa como sequela uma amnésia em Krickitt, incapaz de se lembrar de que é casada e de seu marido, naturalmente.

Tudo é narrado muito rapidamente, sem grande atenção a certos detalhes que talvez sejam obscuros ou dolorosos demais para a memória do casal. O mais bonito de tudo, entretanto, é o quanto Kim batalha para estar ao lado de sua esposa, que o nega a todo instante, alternando acessos de raiva e confusão com carinho e bondade. Creio que o grande papel do livro não seja, afinal, entreter, contudo mostrar ao mundo uma história de superação, de milagres e do poder do amor verdadeiro.

A leitura não é, em si, muito interessante. Há alguns momentos cansativos, ainda mais tendo em vista a predominância dos capítulos nos quais acompanhamos a recuperação de Krickitt, que apesar de todas as conquistas ao voltar a andar e fazer outras coisas como seres humanos normais, jamais chegou a se lembrar de seu casamento de dois meses. Os dois perseveram, unem-se e lutam por aquilo em que acreditam. A senhora Carpenter é mostrada, desde o início, como uma cristã convicta, que coloca seu Deus em um papel supremo nos detalhes de sua vida. Ela ora para que as coisas deem certo com Kim, ora para que retorne ao seu caminho e possa entregar seu amor novamente ao homem que jamais saiu de seu lado.

 Para quem busca uma mensagem de superação, não consigo encontrar um livro mais adequado. Cada bom momento que é oferecido ao casal mostra o quanto vale a pena lutar por suas convicções e por suas vontades. Uma força que fala de união, de empenho e esforço. Também é impressionante a quantidade de pessoas que a história de amor de Kim e Krickitt toca até os dias de hoje, tendo o acidente ocorrido há mais de 10 anos. Os dois acabaram tornando-se palestrantes e convidados cativos a conversar com jornais, revistas e emissoras prestigiados em todo o mundo, além de uma aparição no programa da Oprah, um dos mais populares em território estadunidense.

Não sei se por costume, frescura, mania ou gênero, entretanto, não consegui me sentir tocada, perturbada pela trama. Para Sempre foi como um documentário, alguma história distante que ocorreu com alguém e que vi muito de longe, sem grandes envolvimentos. Admiro imensamente a perseverança do casal mas, talvez, afinal, falando-se tanto em amor, tenha faltado a paixão, combustível dos idílios literários.

Avaliação Geral:
Nota 3 de 5 (Bom)

Trailer do filme homônimo que está para ser lançado no Brasil baseado em "Para Sempre"

Um bom sábado a todos,

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