Com o surgimento acelerado de uma Era Digital, é comum que todo o mundo passe a circular em torno dela. Se quisermos combinar algo com os amigos, combinaremos pela internet, numa rede social qualquer, em vez de fazê-lo ao vivo, por exemplo; se tivermos vontade de ouvir determinada música, ouviremos por algum aparelho pequeno e eficaz, com capacidade para milhares de horas sonoras, e não mais por aqueles rádios enormes ligados à tomada; e se quisermos ler um romance esperado ao longo de todo o ano, iremos a uma livraria comprá-lo a um custo consideravelmente alto ou optaremos por um e-book, ligeiramente mais barato e portátil para todas as horas?
De minha parte e de muitos outros brasileiros (apesar de serem poucos os que de fato leem), a opção ainda mais prazerosa - não falando-se em rentabilidade, naturalmente - é a do livro físico, feito de uma resma de papel branco ou amarelado em brochura, com capa e contracapa. Aquele livro meio caro, do qual se não tomar cuidado perde as páginas, fica sujo, amarela, chama traças e mofo, descola... Há, entretanto, muitos países desenvolvidos que já aderiram aos e-books como mais uma mania tecnológica.
Segundo o blog Proteste, uma pesquisa feita com 825 e-readers de 5 países (Brasil, Portugal, Bélgica, Itália e Espanha), mostra que os usuários aderem à prática pelos seguintes motivos, especialmente:
Fonte: Proteste |
Em termos de preço, apesar de muitos sites disponibilizarem downloads gratuitos, fazendo-se uma pesquisa mais complexa, nota-se que as diferenças não são, afinal, tão grandes quanto é de se esperar, concluindo-se que o principal motivo de uma eventual troca entre o livro impresso e o digital é realmente a praticidade, como mostra o gráfico. Acessando a página da Submarino, por exemplo, descubro que o mesmo título Glee: O Início é, a propósito, mais econômico em sua versão sólida do que na disponível online. Enquanto que o livro custa R$12,90, o e-book, R$18,90. Além destes valores, deve-se ainda considerar que o e-reader necessita de uma plataforma para a leitura, um notebook ou um iPad, por exemplo, também caros e acessíveis a apenas uma parte da população.
Foi publicada ainda há pouco no Portal do Terra que a empresa americana Amazon, uma das maiores vendedoras de e-books do mundo, deve baratear seus preços após processo contra Apple e outras grandes editoras, que concordaram em aumentá-los para lucrar mais. Especula-se daí que os valores de U$14,99 (aproximadamente R$27) diminuam para U$9,99 (pouco mais de R$18), permanentemente altos para que haja uma substituição de fato.
Em tratando-se de expandir a rede mundial de leitores, os livros digitais não fazem mais que os impressos. Menos, até. Ainda que um e-reader leia mais com a prática, pela facilidade de ter o romance desejado sempre em mãos e um leque de possibilidades bem mais amplo, a Literatura digital legal e paga não inclui, porém exclui uma classe menos abastada, limitando a prática aos consumidores em potencial de produtos de última tecnologia.
No Brasil, há uma prática muito comum de transcrição de livros impressos para páginas em redes sociais, blogs e sites que, muitas vezes, é até ilegal, conforme a lei dos direitos autorais, responsável por proibir terminantemente a reprodução de conteúdos protegidos, total ou parcialmente. Verdade seja dita, a Justiça de nosso país, felizmente para a grande maioria, ainda não se volta ao mundo online, possibilitando downloads e downloads tão comuns que fazemos no cotidiano, considerados clandestinos nos Estados Unidos e na Europa, por exemplo. Quem não lembra do bordão clássico dos antigos VHS e DVDs: Pirataria é crime. Pois então...
Apesar do incentivo da propaganda em massa, para mim, serão os bons e velhos livros por um longo, longuíssimo tempo. E para você?
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