01 maio 2012

Problemas que afastam os leitores das editoras

Verdade seja dita que ninguém gosta de falar sobre problemas, mas de vez em quando é inevitável não trazer à tona o que muitas vezes não apenas nos chateia, mas nos afasta de determinada entidade por uma sucessão de erros e falhas que chegam até ao nível crítico do desrespeito.

Como leitora, também tenho muitos amigos que apreciam os livros e que, contudo, talvez por não comporem a blogosfera literária ou por um simples descaso com estas questões, não se atêm às ligações entre as obras, os autores e suas respectivas editoras. Gente que, servindo de exemplo, não sabe quais editoras publicam Harry Potter e Crepúsculo, duas séries famosíssimas lidas por todos e que são uma constante em nossas vidas. Particularmente falando, desde muito tempo tenho uma tendência a prestar atenção nestes detalhes, esta que só foi mais e mais acentuada com a criação do Na Parede do Quarto e com o compromisso de fazer boas resenhas, de bons livros. Creio, dessa maneira, que seja fundamental, no processo final da produção literária, a qual passa pelos rumos editoriais, um cuidado maior com o que se produz e publica, para não causar um eventual afastamento de leitores interessados por motivos aparentemente frívolos, como erros de revisão ou capas esquisitas.

Pensando nisso e com o máximo de conhecimento que pude fornecer, não apenas como leiga, mas essencialmente como leitora preocupada, reuni alguns itens que, como tenho notado, podem afastar consumidores em potencial das obras de determinadas editoras por falhas que deveriam ser evitadas ao máximo, as quais agora compartilho com vocês, sem citar nomes de quaisquer empresas, apenas exemplos de  fatos que aconteceram comigo ou com conhecidos e que poderiam ter acontecido com qualquer outra pessoa.

1. Erros de revisão
Quando se escreve resenhas constantemente, parece que os erros de revisão ficam ainda mais notáveis. Creio que como formadores de opinião, acabamos tendo uma preocupação extra com qualquer problema que eventualmente possa a diminuir a qualidade da obra, e palavras de grafia incorreta são, no ramo editorial, um desconforto à parte. Muitas vezes os erros podem até mesmo resultar de desatenção, simples falhas na digitação que passam sem serem notadas pelos olhos dos revisores; tudo certo até o momento em que se encontra um "caza" em vez de "casa" ou sucessivas crases mal empregadas. Como profissionais, os revisores estão, sim, propensos a errar e a corrigir seus erros; todavia, novamente como profissionais, estes não podem se tornar uma constante em seu trabalho. Fico me perguntando o que aconteceria se um médico errasse sempre, o escândalo que seria...

2. Propaganda exagerada
Que a propaganda é a alma do negócio todo mundo sabe, mas como nenhum negócio é feito só de alma, a publicidade extrapolada se torna um infortúnio na vida do leitor, que pode acabar se desinteressando por aquela editora. Já li muita gente reclamando no Twitter de spams recebidos em forma de mentions ou e-mails. Ética faz bem à qualquer empresa respeitável.

3. Descaso com os leitores
Em quase toda página de editoras há uma aba de Contato ou Fale Conosco, entretanto, aparentemente, muitas ostentam essas guias apenas para enfeitar seus sites. Casos de leitores que enviam e-mails e são respondidos depois de meses ou nunca são respondidos estão ficando mais e mais comuns. O que é uma pena, pois qual cliente, pagando por aquele livro e apreciando sua leitura não espera ser bem tratado pelo veículo que lhe dá aquela oportunidade? Muitas editoras também, para a nossa felicidade, vêm investindo alto em comunicação e acabam contratando pessoas para cuidar apenas de suas redes sociais, mantendo-se sempre acerca dos leitores.

4. Edição mal feita
Mistura de alinhamentos, letras extremamente pequenas ou enormes, fontes esquisitas e padrões que fogem totalmente à regra. Dando como exemplo, descobri que sou míope há algum tempo e apesar de não ter problemas para enxergar de perto, solidarizei-me com todos aqueles que usam óculos e têm grandes problemas para decifrar as letras miúdas de algum livro mal editado, o que o torna até cansativo, tendo em vista a quantidade de gente que baseia sua rotina de leitura em números de páginas. Eu mesma.

5. Capas esquisitas ou feias mesmo
Claro que gosto que é gosto não se discute, todavia mau gosto é, muitas vezes, uma constante universal. Pode ser que eu ache certa capa mais bonita do que a sua concepção lhe permite, mas nós provavelmente concordaremos quando uma capa for muito feia, com cores mal combinadas entre si e fontes estilo Paint. Não se deve julgar um livro pela capa, porém, como leitores atenciosos, gostamos de saber que aquele volume que temos em mão foi bem trabalhado, que valeu a pena cada centavo e que é, por assim dizer, um livro completo. Se ninguém se preocupasse com capas e se elas fossem tão inúteis quanto alguns alegam ser, as editoras nem precisariam gastar dinheiro em capistas para a produção.

6. Livros que desgrudam, folhas que se soltam, papel de baixa qualidade
Excepcionalmente neste item, apesar de não ter querido tornar a postagem pessoal, refiro-me a uma editora específica. Uma que cobra valores exorbitantes em suas obras e da qual, coincidentemente, todos os livros que possuo estão descolando de suas capas e correndo o sério risco de se despedaçarem. Um que é muito novo, inclusive, comprado no final do ano passado. É triste, realmente triste pagar quase 50 reais num livro para que ele seja tão frágil. Em outros casos, também, temos o problema do papel ruim, aquele que com qualquer puxadinha já se rasga ou pela simples ação do tempo fica não apenas amarelo, mas manchado e salpicado de marrom. Claro que o fator preço, nesses casos é, muitas vezes, determinante e que o leitor que paga mais barato compromete-se com o fato de ter um exemplar de pior qualidade em suas mãos, mas há editoras que extrapolam, infelizmente.

7. Valores exorbitantes
Digo, por conta própria, que já comprei livros caros, caros mesmo, daqueles que dificilmente compraria novamente. Não me arrependo em alguns casos, entretanto, pois sinto que a edição bem feita e o cuidado com o qual o livro tinha sido produzido faziam o preço valer a pena, mas sinto em dizer que são raras exceções, uma vez que o que normalmente vemos são apenas valores por livros comuns que facilmente custariam menos. Sei que o mercado editorial no Brasil ainda está longe de ser próspero, mas também não é para menos, tamanha a inflação constante na qual nossas livrarias vivem.

Só posso concluir dizendo que é algo a se pensar. Os leitores estão se tornando mais exigente e as editoras que não se aterem a esses sutis detalhes, podem acabar perdendo alguns admiradores.

Quais fatores lhe incomodam mais? Compartilhe sua opinião comigo nos comentários!







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