08 agosto 2012

Fragmentando "Belezas Perigosas"

Quem frequenta o blog sabe bem que esta não é a primeira vez que menciono um dos livros da trilogia Gemma Doyle por aqui, assim como provavelmente não será a última, simplesmente pelo fato de eu adorar a escrita da Libba Bray e o universo fantástico, obscuro e completo que ela criou em torno de Gemma numa Inglaterra tão repressora para a mulher. 

Ainda que seja um livro juvenil, temos uma carga de problemas e situações que inspiram seriedade a todo o momento, e um clima intenso, hostil em que a autora conduz sua narrativa em primeira pessoa e no presente, tornando tudo mais rápido, mais forte e único. Belezas Perigosas, como volume introdutório, é também considerado por alguns como o melhor dos três. No meu caso, acho particularmente complicado qualificá-los, mas tenho grande apreço por este livro que devorei em apenas um dia e já reli várias vezes.

Para lhes dar uma prévia do que é, exatamente, Libba Bray, selecionei alguns trechos do livro que pouco revelam sobre sua essência (para quem não gosta de spoilers), mas que certamente despertarão a curiosidade de quem aprecia o gênero.

"Sinto uma dormência estranha que começa nos meus dedos, sobe pelos braços até chegar no peito. Meu corpo inteiro treme. Uma pressão terrível me impede de respirar, me faz cair de joelhos. O pânico cresce como erva daninha em minha boca. Quero gritar. As palavras não saem. Nenhum som. Ele me alcança quando caio no chão. Quero pedir a ele para me ajudar. Focalizo o olhar no rosto dele, nos seus lábios grossos, que formam um arco perfeito. Seus cachos escuros caem sobre seus olhos, profundos, castanhos, de longos cílios. Olhos assustados.
Ajude-me." p. 20
"Acho que vai ser muito feliz aqui, Miss Doyle.
Tradução: isto é uma ordem.
- Spence já formou jovens maravilhosas que conseguiram ótimos casamentos.
Nós não esperamos muito mais de vocês. Por favor, não nos envergonhe;
- Ora, um dia você poderá estar sentada aqui nesta cadeira.
Se você não conseguir arranjar nenhum marido e não terminar num convento austríaco fazendo camisolas de renda." p. 43
"Volte a dormir, Gem. Isto não parece nada promissor. É a minha consciência falando. Mas a minha consciência não vai ter que passar os próximos dois anos conversando sobre banalidades, entediada até quase ficar catatônica. Isto é um desafio, e eu nunca recusei um desafio na minha vida." p. 66 
"Por alguma razão, é agradável despejar em cima de um completo estranho o que venho escondendo de todo mundo." p. 75
"Quero provar o gosto daquela boca outra vez. O desejo me causa uma vertigem, acelera minha respiração e deixa a cabeça leve. Só existe o desejo. Encosto meus lábios nos dele e é como se eles derretessem. Aqueles olhos negros e abrem e me veem. A escultura ganha vida. Cada músculo dos seus braços se flexiona quando ele ergue o corpo, me puxa para baixo e cai por cima de mim. O peso dele faz o ar sair dos meus pulmões, e ele sai com um leve suspiro. E sinto sua boca de novo sobre a minha, um calor, uma pressão, uma promessa de coisas ainda por vir, uma promessa que eu quero que se cumpra." p. 178
"Eu quero fugir. Eu quero ficar. Eu quero as duas coisas ao mesmo tempo." p. 179
"Mas perdão... Eu vou me agarrar a este frágil fio de esperança, lembrando-me de que em cada um de nós existe bondade, maldade, luz, escuridão arte e dor, escolha e remorso, crueldade e sacrifício." p. 322
Ficou curioso para ler a trilogia Gemma Doyle? Já leu? Então comente comigo!

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