08 fevereiro 2013

Onde você está?, de Marc Levy

"Diga-me, Philip, por que nossa grandes nações enviam legiões de homens para fazer a guerra, mas não são capazes de enviar uns poucos para salvar crianças? Quanto tempo vai passar antes de termos aprendido esta evidência? Philip, a você expressar este estranho sentimento, estou aqui em meio a todos estes mortos e sinto, como nunca, que estou viva. Alguma coisa mudou; para mim, viver não é mais um direito, tornou-se um privilégio."
Após terminar a leitura de A primeira noite, a sequência de O primeiro dia, cheguei à conclusão de que adorei o jeito com que Marc Levy leva a narrativa, misturando dúvidas da humanidade, história, geografia e os personagens no meio disso tudo. Talvez por isso você possa achar que o jeito do autor de escrever pode ser denso ou maçante, entretanto, fiquei encantada com os três livros que li dele.

Como hoje é meu aniversário, decidi fazer a resenha deste livro que me tocou profundamente, do qual gostei e agora recomendo a vocês. "Onde você está?" conta uma mudança na vida de Philip e Susan, que são apaixonados desde a infância, a partir do furacão Fifi que atacou Honduras, em 1974, causando mais de 8.200 mortes e mais de 1,8 bilhões de dólares em prejuízos*. Susan tem seu coração despedaçado após a morte de seus pais e, sozinha no mundo, decide fazer algo pelos outros e não por ela própria: ajudar a população de Honduras a se reestabelecer após o ataque.

Susan é uma personagem que por fora é destemida, corajosa e terrivelmente teimosa, mas tem marcas de sofrimento e de dúvida. Em alguns momentos parece que foi para Honduras para, de certa forma, fugir de si mesma.
"Susan; amar não é renunciar à própria liberdade, mas dar-lhe um sentido."
Philip é, de algum modo, um romântico implacável. Claro que todo esse amor é destinado a Susan, sua paixão de infância, adolescência e vida adulta.

Ambos distantes milhares quilômetros, unidos por uma saudade infinita. Durante a estada de Susan em Honduras, eles se comunicam por cartas que, com o passar dos anos, vão ficando cada vez menos frequentes... Tudo que é permitido aos dois são horas de conversas cheias de coisas não ditas que, no fim, formam um acúmulo de dúvidas preso na garganta de ambos. Horas de encontro que ocorrem sempre na mesma mesa do bar, próxima à janela envidraçada.
"Nunca mais vou poder olhar inocentemente aquela frase "Um ano depois..." que aparece às vezes nas telas de cinema. Nunca tinha prestado atenção na emoção discreta escondida atrás dos três pontinhos, que só compreendem os que sabem quanta solidão a espera pode provocar. Como são longos os minutos que estão resumidos nessas aspas!"
Tenho que confessar para vocês que esse livro me tocou de uma forma inesperada. Não sabia que eu me encantaria tanto com a história de Susan e Philip. Não imaginava sublinhar tantas e tantas frases durante a leitura. Adorei o livro, mas a história me deixou em diversos momentos com um nó na garganta. Emocionei-me com Onde está você?.

Antes de ler, procurei resenhas desse livro. E a maioria comentava que "Ficara brava demais com o fim da primeira parte". Sinceramente, por causa desse fato, já esperava alguma decepção, então, quando finalmente descobri o que deixou os leitores tão chateados nesse fim, simplesmente aceitei isso. Não fiquei brava com o autor, nem odiei nenhum dos personagens e, no fim, isso foi bom. Pois digo a vocês, leitores, o livro tem um desfecho impressionante, que pessoalmente me deixou feliz e satisfeita. Espero que também apreciem a leitura!

*Dados segundo o Wikipédia.
Karine Pestana

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