Cartas ao Harry Potter por Bill Adler

 

   Como troquei meu dia (ontem) com a Letícia, a resenha da semana passou para a terça-feira. A postagem dela irá ao ar na quinta.

Título: Cartas ao Harry Potter

Título original: Kids' letters to Harry Potter from around the world
Seleção das cartas e entrevistas por: Bill Adler
Tradução: Alzira Allegro e José Garcez Ghirardi
Editora: Novo Conceito
Número de páginas: 190
ISBN: 978-85-99560-20-4
Edição: São Paulo 2007
Gênero: Coletânea de cartas infantis
Onde comprar: R$9,90 na Saraiva
   Em uma coletânea muito especial de cartas de criança de todo o mundo, incluindo 10 cartas de leitores brasileiros, fãs do muitíssimo popular Harry Potter compartilham com seu herói e mago seus segredos, sonhos, preocupações e fantasias. Para esses jovens leitores, os livros de Harry Potter tornaram-se senhas e portas de entrada para um mundo de magia e de aventuras extraordinárias. Porém, conforme as cartas e entrevistas neste livro encantador mostram, foi no próprio Harry Potter que as crianças descobriram a magia ainda mais incrível – a amizade.

   Primeiramente, obrigada pela editora parceira do blog, a Novo Conceito, por ter mandado dois exemplares de Cartas ao Harry Potter. Nesta sábado terá uma promoção potteriana especial.

“Acho que as crianças gostam de Harry Potter porque os livros têm a mistura exata de mistério, mágica e reviravoltas inesperadas na história. Os valores que estão por trás também marcam as crianças, e elas sempre querem ler mais.”

Ann, 12 anos – Chulavista, Califórnia

   É nesse clima doce de sonhos de crianças que acompanhamos Cartas ao Harry Potter, um livro encantador que reúne os mais distintos fãs do bruxo vindos de todas as partes do mundo. Há cartas de estadunidenses, canadenses, australianos, neozelandeses, irlandeses, ingleses, sulafricanos, filipinos, indianos e, ao fim, uma seleção especial que a Novo Conceito fez com 10 cartas de crianças brasileiras.
   Importante avisar sobre o fato de que, quando a edição americana foi lançada, a saga estava apenas em seu quarto livro (O Cálice de Fogo), e o primeiro filme ainda era um projeto. Muitas personagens queridas não foram citadas pelas crianças, além de alguns fatos por todos nós conhecidos. Como a edição brasileira foi publicada em 2007, as cartas brasileiras já falam sobre a série até o sexto volume (O Enigma do Príncipe), se não me falha a memória.
   Ao ler esta coletânea, impossível não me recordar da época em que tinha a mesma idade que algum dos remetentes e que aspirava às mesmas coisas. É uma leitura utópica, onírica. Meninos e meninas que sonham em voar na Firebolt, que dizem comunicar-se com Hermione, que adorariam lançar feitiços em seus pais e que lamentam pela orfandade de Harry. Crianças e, não apenas crianças, mas também pré-adolescentes e adolescentes até 16 anos dedicam linhas cheias de carinho ao bruxo que os fez crer em magia, que os fez ficarem aguardados até tarde esperando na fila da livraria pelo próximo lançamento, ou então acompanhando angustiosamente o Torneio Tribruxo, presenciando a volta de Voldemort, Aquele-Que-Não-Deve-Ser-Nomeado.

“Acho que a J.K. Rowling não devia se apressar para escrever os livros. Assim eles ficam melhoras e também porque, se ela escrever rápido demais, eu vou ler rápido demais e o mundo maravilhoso de Harry Potter vai acabar”.

Kevin, 11 anos – Stratford, Connecticut

   Harry Potter, caro Kevin, vive dentro de nós.
   As cartas são muito bem organizadas, algumas são de escolas específicas nas quais os alunos falam de como haviam conhecido o mundo do bruxinho, falam que suas professoras liam em voz alta os livros na sala de aula. Falam de uma paixão mundial de forma tão inocente, tão gostosa que é impossível não se render. Além do que eles escreveram a Harry, há – com alguns – entrevistas de Bill Adler perguntando a respeito do futuro da série, se Harry e Hermione deveriam ficar juntos e, quanto a isso, quase todos torceram o nariz.

“Não acho que o Harry e a Hermione foram feitos um para o outro. Acho que seria mais bonitinho se a Hermione e o Rony terminassem juntos.”

Karen, 15 anos – Davado City, Filipinas

   Além dos textos há, em algumas páginas, imagens belíssimas que remetem à magia, não exatamente a Harry Potter, mas ao mundo bruxo em geral. Todas da ilustradora Syrena Doné, como esta ao lado.
   Ao fim, recomendo a leitura a todos os fãs da série e àqueles que querem apegar-se ao gostinho da infância potteriana mais uma vez. Ótima também para professores de Educação Infantil e Ensino Fundamental compartilharem com a classe, os alunos adorariam, provavelmente. Apenas não darei uma nota melhor porque a infantilidade cansa às vezes quem não é mais criança, são muitas cartas e faltou-me o interesse em alguns instantes, o que não torna o livro ruim, de qualquer forma.

Avaliação Geral:

3 de 5 (Bom)

Beijinhos,