20 agosto 2012

Minha visita à 22ª Bienal do Livro de São Paulo


Nos últimos 10 dias, todos que frequentam constantemente a blogosfera literária ou, como nós, são ativos nela, devem ter notado uma imensa quantidade de postagens e compartilhamentos nas redes sociais sobre a tal Bienal do Livro de São Paulo. Verdade seja dita que, como um evento de tão grande porte, ele não poderia ficar de fora de nossa grade e, apesar de ter querido muito participar de todos os outros dias, neste final de semana fui para a cidade de São Paulo conferir o que estava rolando por lá para compartilhar com todos vocês aqui no blog.


Quando a Bienal ainda tinha espaço para andar...
Tudo começou no último dia 18, sábado. Apesar de eu morar em São Vicente (vulgo cidade que faz divisa com Santos; uma das duas capitanias hereditárias que prosperaram, ou não) e levar entre 40 minutos e uma hora para chegar até São Paulo, é sempre um passeio mais elaborado que o normal, além de todo o transporte envolvido entre ônibus e metrôs e se perder numa das milhares de ruas da capital paulistana. Sendo assim, cheguei à cidade logo pela manhã acompanhada de uma amiga. Como boas turistas, fomos de metrô até a Consolação e tiramos o dia para andar ao longo de toda a Avenida Paulista, um passeio que, apesar de parecer simples em sua essência, carrega todo o espírito cosmopolita e multicultural de SP pelo qual sou fascinada. Visitamos a exposição de Caravaggio que está tendo no Masp, fomos filmadas pela Rede Gobo, acompanhamos o trabalho voluntário e revolucionário de grupos jovens que organizavam manifestações ao longo de toda a avenida, passamos horas na Livraria Cultura de três andares (olhos brilham), adoramos o Pátio Paulista (visitem a Quem disse, Berenice, uma loja de maquiagens na faixa e completamente fofa) e fomos dormir mortas de cansaço, ansiosas pelo domingo de Bienal.

O estande incrível da Novo Conceito
Dia 19 chegou e, junto dele, a possibilidade de não apenas comprar livros e colecionar marcadores, mas especialmente a de conhecer blogueiros com quem conversava há tanto tempo pelas redes sociais e que estariam ali comigo, em carne e osso, para trocarmos algumas palavras e experiências. Com estas vibrações positivas na mente e muita disposição para enfrentar um dia de multidões, desembarcamos na estação do Tietê e pegamos um dos ônibus que a própria Bienal estava disponibilizando gratuitamente para levar até o Pavilhão Anhembi.  A fila quilométrica, a princípio, pode até ter assustado, no entanto, neste quesito, os organizadores foram eficazes ao fechar contrato com uma rede de fretados séria e que disponibilizou vários ônibus para suprir as necessidades numéricas do evento. Em menos de 10 minutos chegávamos à bilheteria e apesar de as portas da feira terem sido abertas apenas às 10h da manhã, às 10h40min o lugar já estava um verdadeiro caos. E quente, muito quente.

Sob um dia ensolarado, de temperatura agradável e a promessa de que, como final da Bienal de SP de 2012, seria um momento de muitas promoções, o público ficou visivelmente empolgado para participar e, por esse aspecto, a organização de alguns estandes e do próprio evento em si ficou comprometida. As filas para os caixas eram absurdas, ficar parado em alguma editora era quase um pedido para ser empurrado e comer... Bem, comer é melhor em casa mesmo. Aquela história de que comer na feira do livro custa caro não é balela, afinal, e a comprovei nesta segunda edição a que compareço. O refrigerante acaba e, quando tem, não está gelado; o pastel é caro, o sanduíche é caro, a comida por quilo então...

Criadora e criatura... 
Apesar de todas as críticas, que são necessárias para futuras melhorias, os aspectos positivos da Bienal costumam ofuscar quase todos os negativos que citei acima. Para quem gosta de ler, o evento mais uma vez foi um convite aos olhos e ao coração. Cada estande editorial pelo qual passei contava com um detalhe especial na decoração que o tornava único aos meus olhos. Na Novo Conceito estava tudo um show, com uma disposição de prateleiras muito boa e ornamentos incríveis, bem característicos dos próprios livros deles, além do painel dos blogueiros, com as logomarcas dos blogs que têm parceria com a editora. Na Leya quem imperou foi o Trono de Ferro, com o qual todos queriam tirar uma foto e com o qual, infelizmente, não tive a paciência de fotografar, tamanha a fila de fãs ansiosos para ter o seu momento de Eddard Stark. Adorei a disposição do estande da Intrínseca, o qual contava com um compartimento especial para a retirada de senhas, marcadores e livretos à vontade (A Culpa é das Estrelas e Cinquenta Tons de Cinza reinaram, naturalmente). O pessoal da Companhia das Letras também, seguindo a tradição, arrasou na decoração mais rústica do estande, o qual contava com todos os outros selos do grupo.

Entre Bilbo (como a Briana me corrigiu) e Gandalf...
Em tratando-se de marcadores, honrei a tradição dos blogueiros folgados e voltei para casa com um monte (bem) respeitável para distribuir entre os leitores do blog conforme o andamento de nossas promoções. Também, em contrapartida, retribuí o que peguei (mais, na verdade) com cerca de 800 marcadores do NPQ que distribuí quase como uma garota-propaganda na feira, conversando com algumas pessoas sobre o nosso trabalho e deixando centenas nos estandes de editoras queridas que toparam entrar na brincadeira e despacharam tudo muito rapidamente. No ramo das promoções, o que mais interessava a todos, confesso que esperava ter sido mais surpreendida. Não é como se não tivéssemos tido diversas promoções nas centenas de estandes dispostos pelo Pavilhão, mas, como último dia da feira criou-se toda uma expectativa de que seriam descontos astronômicos quando, muitas vezes, era apenas 10% sobre o valor comum do livro. Entre os melhores, tinha livros na Editora iD por R$10,00 e também no Grupo Editorial Record, este que contava especificamente com um desconto progressivo bem bacana de 5%, 10% e 15% nas compras acima de 3 livros, além de vários dedicados a certas autores. Eu, por exemplo, comprei um título da Isabel Allende que já queria há um bom tempo por R$30,00, como custavam todos os outros da autora por lá. Na Intrínseca havia muitas surpresas boas, como o tal do desconto progressivo, igual ao da Record e alguns livros a R$8,00, como Era uma vez um corredor e Bela Maldade. Suma de Letras e todos os selos da Editora Objetiva mereciam uma certa atenção com descontos que alcançavam um percentual de 50%. Os consumidores adoraram!

É só uma parte, mas valeu!
A melhor parte, no entanto, foi poder participar do Encontro de Blogueiros que estava sendo promovido pela Bianca, do Hello Star, em parceria com a Editora Biruta, num primor de organização, carinho e atenção. Não esperava, mas acabei encontrando muita gente por lá, ao ponto de que a nossa roda, em dado momento, contava facilmente com 40 integrantes. Imaginem agora o maior evento literário do Brasil com uma roda de blogueiros, marcadores, livros e histórias para contar... Foi uma festa só! Conversamos uns com os outros, encontramos aqueles amigos que até um dia desses eram apenas virtuais, demos risadas, trocamos marcadores e tiramos algumas fotos para simbolizar o momento. Entre os tantos que eu poderia citar, tive o prazer de conhecer a Mi, do Minha Vida Literária, a Babi, do Babi Lorentz, a Nanda, do Viagem Literária, a Hérida, do Lendo nas Entrelinhas, a Gabi, do Fluffy, a turma do Hangover at 16, a Maura, do Maura Parvatis e mais um monte de gente. Todos muito queridos, responsáveis por ter feito o meu final de semana um dos mais incríveis deste ano.

Já indo embora, voltei ao estande da Novo Conceito e encontrei com a Tammy Luciano lá. Apesar de ter esquecido de levar o meu Garota Replay, pedi para tirar uma foto com ela e conversamos um pouco. Minha admiração pela autora apenas aumentou após ter presenciado sua imensa simpatia e saí de lá feliz da vida tendo podido tietar um escritor.

Voltei para minha cidade à noite, morrendo de cansaço, com as pernas extremamente doloridas, os bolsos vazios e sacolas cheias de livros, marcadores, livretos e bottons mas, especialmente, de lembranças maravilhosas ao lado de pessoas que se provaram não apenas como ótimos blogueiros, todavia amigos dos quais me recordarei sempre com carinho. E que venham as próximas bienais!

Meninas do Babi Lorentz
Exposição em homenagem aos 120 anos de Graciliano Ramos
Um retrato fiel da cultura nordestina
O pessoal do Encontro de Blogueiros
Adorei conhecer vocês, meninas!
Mi, do Minha Vida Literária. Foi um prazer imenso te conhecer!
Batemos altos papos, não? 
As balinhas de coração que recebemos no kit da Editora Biruta. Amei!
Uma pausa para conversar com a querida Tammy Luciano
Um retrato modesto da Bienal... haha
Todas as fotografias utilizadas nesta postagem são de minha autoria. Se for utilizá-las, peço que coloque os devidos créditos. Para quem quiser conferir estas e outras fotos da Bienal, é só passar no álbum do Facebook do blog aqui.

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