Existem detalhes e momentos que podem mudar nossa vida, capazes de nos mudar. Às vezes eles fogem do nosso controle, noutras vezes hesitamos, mas somos obrigados a tomar decisões ou rever algo. Pode ser que estes momentos nos ajudem a esclarecer coisas, sejam para algo melhor, e pode ser que esses detalhes nos deixem tão confusos que passaremos a desejar que aquele determinado momento nunca tivesse acontecido.
Em Um Mundo Brilhante, num dia comum, Ben, ao sair de casa, se depara com um corpo de um jovem morto. Chocado com a brutalidade e com a violência, ele procura se informar mais sobre o garoto e sua família. É assim que Shadi, a irmã do jovem, entra na vida de Ben, bagunçando as coisas de forma que elas jamais sejam iguais.
"Segredos. Como pequenos sapos escondidos em seu bolso. Não se pode esquecer deles porque estão sempre se mexendo ali dentro, contorcendo-se, tentando escapar. Você sabe que, a qualquer momento, um deles pode conseguir subir e pular para fora do seu bolso, revelando-se para o mundo com um coaxado estridente. E quanto mais você se esforça para tentar contê-los, para tentar escondê-los, mais se esforçam para escapar."
A partir desse momento, a narrativa em terceira pessoa no livro nos mostra as dúvidas de Ben, a sua vontade de ajudar Shadi com sua dor e a esperança de que algo irá dar certo para todos. O impasse é que é sempre difícil agradar a todos e, ainda por cima, agradar a si mesmo. Chega a um ponto em que parece que, além de Ben perder o controle de sua própria vida, já não sabe mais quem ele realmente é. Desse modo, o personagem é forçado a tomar decisões visando as consequências para todos ao seu redor conforme as coisas tomam um ritmo diferente em sua vida.
O livro é uma busca do personagem por si próprio junto com os acontecimentos ao seu redor. Foi lançado pela editora Novo Conceito no ano passado.
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