15 março 2013

A vida na porta da geladeira, de Alice Kuipers

Eu quis ler este livro por recomendação da Fernanda, aqui do blog, em um post sobre os livros de 2012. Fiquei encantada com a ideia de uma história inteira ser contada através de bilhetes rápidos, deixados com pressa, presos na geladeira entre uma mãe e livro. Só recentemente tive a oportunidade de lê-lo, no entanto. Trata-se aqui de uma narrativa rápida, do tipo que quase todo leitor vai sentar e devorar de uma só vez. Se eu dissesse a vocês que é um livro de poucas palavras, não estaria fazendo uma metáfora. Ele é curto, de fato. Mas é o tipo que está "na medida certa". Se você colocasse mais, iria ficar exagerado, e, se você tirasse, ficaria faltando algo.

A vida na porta da geladeira retrata a realidade de muitas famílias atuais, onde, às vezes, a falta de comunicação entre parentes não acontece por opção, sim, contudo, pela falta de tempo e diferença de horários entre o trabalho dos pais, escola dos filhos e saídas com os amigos. Esse foi um ponto de que gostei do livro, achei-o bastante realista nesse aspecto, já que hoje em dia temos um ritmo de vida completamente acelerado. Os pais trabalham demais e os filhos só querem aproveitar a adolescência.

A história é toda contada por bilhetes deixados na porta da geladeira. Por isso que eu disse acima que é um livro de poucas palavras: são bilhetes curtos, mas que dizem mais do que há escrito de fato. A história é emocionante, de forma que me fez adorá-la. É simples e marcante. Uma dessas que ficarão na minha memória por um bom tempo.
"Às vezes, a vida é assim mesmo. Talvez a culpa seja minha por tentar protegê-la quando eu e seu pai nos divorciamos. Não queria que você descobrisse que o mundo pode ser cruel, que a vida é difícil, que às vezes não podemos controlar nosso destino."
Recado para Claire
Uma das coisas nas quais fiquei pensando após ler esse livro foi como desperdiçamos nosso tempo com coisas bobas, sem realmente perceber ou dar valor ao que importa de verdade. E acho que não importa quantos parágrafos eu escreva aqui ou quantas palavras, por mais que eu tente, não conseguirei expressar tudo o que sentimos e pensamos durante e após essa leitura. Simplesmente não tenho a capacidade da autora de escrever tão pouco e dizer tanto.

Dê uma chance à história de Claire, acredite, isso não será perda de tempo.
Karine Pestana

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