07 março 2013

O Dia Internacional da Mulher e as protagonistas da Literatura

Foto: We Heart It/ Be Goody

Ainda que hoje, em muitos casos, o Dia Internacional da Mulher seja mais uma dessas celebrações corriqueiras dedicadas a um grupo específico da sociedade, é inegável que se encontra grande importância na fundação e no estabelecimento desta data simbólica.

Pensando nisso e no fato de a equipe deste blog ser completamente feminina, o leitor (a leitora, especificamente, neste caso) poderá conhecer abaixo um pouco mais das verdadeiras origens da data e, ao fim, acompanhar livros que remetam de uma forma característica à mulher, ao fato de ser mulher e àquilo que todas nós, como mulheres, adoramos.

Origens

Popularizou-se em diversos meios, tais quais livros históricos, mas principalmente através da voz povo, a ideia de que a comemoração tenha surgido de um suposto protesto, a 1857, numa fábrica de Nova Iorque, onde um grupo de mulheres se reuniu para reivindicar melhores condições de trabalho e salários semelhantes àqueles dos trabalhadores masculinos. Segundo conta a lenda, então, as mesmas teriam sido reprimidas e, numa atitude da mais pura intolerância e crueldade, mortas num grande incêndio que se alastrou propositalmente pela fábrica.

Verdade seja dita, no entanto, é que a história, por mais heroica possa parecer, ainda não encontrou nenhuma confirmação concreta ou científica, pois não há registros de tal marco nos jornais estadunidenses da época e nem tampouco estudos históricos que a confirmem. O Dia Internacional da Mulher surge, assim, não através de apenas um protesto na Segunda Revolução Industrial, porém de toda uma série destes ao longo da Europa e Estados Unidos, especialmente na Rússia e União Soviética em tempos em que as revoluções eram uma constante na vida de seus moradores.

O incêndio que realmente ocorreu

Em Nova Iorque, a 25 de março de 1911, na fábrica Triangle Shirtwaist, onde a iluminação era a gás e o hábito de fumar era constante entre os trabalhadores e trabalhadoras - os quais levavam uma jornada diária com cerca de 14 horas, sem intervalos e ganhando um salário desumano -, irrompeu um incêndio que se iniciou nos andares mais baixos do prédio e se propagou para os mais altos, onde mais de uma centena de costureiras trabalhavam. Com a falta de saídas de emergência e condições de segurança no local, restaram poucos sobreviventes. A dimensão da catástrofe relacionada a um incêndio só seria superada mais tarde pelo 11 de setembro.

O acidente serviu de estopim para a mobilização dos sindicatos, mas não foi propriamente o início do Dia Internacional da Mulher, uma vez que havia também homens em meio às vítimas.

Estabelecimento da data

Em 1910, na primeira conferência internacional de mulheres, a socialista Clara Zetkin sugeriu a criação de uma data especial para o sexo feminino, em Copenhague. O dia oficial só foi estabelecido em 1917 por Lenin, no entanto, durante a Revolução Russa, e serviu muitas vezes de propaganda política dos soviéticos. Mais tarde, passaria a ser uma data exclusivamente comemorativa e de memória às mulheres (comercial também, em vários termos) como é hoje. 

Leituras sobre mulheres

E já que o dia que está por vir é nosso, deixo abaixo algumas leituras que vão agradar os mais diferentes gostos literários, todas elas tratando a respeito de alguma mulher em especial, a qual ganha lugar desde o título até o miolo dos livros.


As meninas...
A que é doce e também sombria... Marina, de Carlos Ruiz Zafón (Skoob)
A menina dos olhos da mãe e do pai... O Livro de Julieta, de Cristina Sánchez-Andrade (Skoob)
A encantadora e ingênua... Clarissa, de Érico Veríssimo (Skoob)


As jovens...
A rebelde que tanto quer se encontrar na vida... O Caderno de Maya, de Isabel Allende (Skoob)
A que se apaixonou meio sem querer... Anna e o Beijo Francês, de Stephanie Perkins (Skoob)
A que se perdeu no meio do caminho... Belle, de Lesley Pearse (Skoob)


As adultas...
A mais cativante e engraçada... O Diário de Bridget Jones, de Helen Fielding (Skoob)
A misteriosa e sedutora... Serena, de Ian McEwan (Skoob)
A que se aterroriza com a perda das lembranças... Para Sempre Alice, de Lisa Gardner (Skoob)


As clássicas...
A pura lasciva... Lolita, de Vladimir Nabokov (Skoob)
A doçura da inocência e do amor romântico... Helena, de Machado de Assis (Skoob)
A heroína brasileira... Iracema, de José de Alencar (Skoob)

E ao fim, ainda que adiantado, deixo meu feliz dia da mulher a todas as leitoras queridas do blog!


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