07 junho 2011

O Máximo e as Máximas de Machado de Assis, Andrey do Amaral

Título: O Máximo e as Máximas de Machado de Assis
Autor: Andrey do Amaral*
Edição: Rio de Janeiro, 2008
ISBN: 978-85-7393-719-0
Editora: Ciência Moderna
Número de páginas: 361
Gênero: Literatura brasileira; análise literária

“De maneira bem didática, o leitor encontra neste O máximo e as máximas de Machado de Assis as várias vertentes de sua obra. Há alguns poemas conhecidos e outros bem diferentes do traço de sua pena. Inédito em qualquer outro livro, indicamos precisamente onde foi publicado seu primeiro poema: no Periódico dos pobres. A cronologia histórico-literária está bem atualizada e extensa. Reproduzimos trechos de contratos entre Machado de Assis e seus editores, como o francês H. Garnier. Em um dos contratos, por exemplo, encontra-se o registro da mudança do título de um de seus romances e os trechos mais significativos de cada um deles, além de contos, crônicas e filmografia completa.”

    A literatura machadiana é um legado brasileiro. Indubitavelmente merecedora de todas as críticas positivas, de toda a aclamação dedicada ao autor e de, também, fazer os jovens beirarem à loucura para compreender os tantos enigmas da mente humana. O “bruxo” do Cosme Velho é assim mesmo e você vai interpretá-lo muito mais aprofundadamente em O Máximo e as Máximas de Machado de Assis.
Todas as vertentes da obra do autor são apresentadas no livro. Começamos com um prólogo explicativo e uma rápida linha do tempo com fatos importantes da vida de Machado que, a propósito, publicou seu primeiro poema aos 15 anos, num folhetim popular chamado “Periódico dos Pobres”. O texto, diga-se de passagem, é inédito, uma pérola do tesouro machadiano e, apesar de não ter ainda aquele ímpeto de autor calejado, já notava-se o nascimento de um talento promissor em um rapaz que sequer tivera acesso fácil ao estudo.
   Passamos então aos setores da literatura muito bem organizados por Andrey do Amaral, em um processo de evolução que veio com o tempo, muito influenciado pelas correntes literárias da época. O começo romântico do escritor, regado à poesia e a romances de enredos simples, que necessitavam deixar o leitor ansioso a cada capítulo publicado nos jornais em que trabalhara. Vem surgindo então uma nova face que consagraria a obra, escondida por detrás da formação psicológica de algumas personagens, as famosíssimas mulheres enigmáticas de Machado de Assis, tais quais Helena, por exemplo, do romance de título homônimo; brota e aflora-se o Realismo do qual surgiria um dos maiores escritores não só do Brasil, mas de todo o mundo, com romances traduzidos para inglês, francês, espanhol, alemão, italiano, polonês, romeno, servo-croata, tcheco etc.
    Para quem ainda não leu uma obra do escritor, são interessantíssimas e nem um pouco cansativas as abordagens a respeito de seus romances. Ressurreição, A Mão e a Luva, Helena, Iaiá Garcia, Memórias Póstumas de Brás Cubas, Quincas Borba, Dom Casmurro, Esaú e Jacó e Memorial de Aires brevemente explicados e, após essas introduções, temos capítulos importantes da história de cada um, acrescidos das tais “máximas” que dão nome ao livro, trechos célebres selecionadas pelo autor para mostrar o assunto central de cada obra.
    Destacadas abaixo algumas máximas famosas e de forte impacto:

Cada qual sabe amar a seu modo; o modo pouco importa; o essencial é que saiba amar.”
p. 83 (Ressurreição)

Os espíritos, disse ele, nascem condores ou andorinhas, ou ainda outras espécies intermédias. A uns é necessário o horizonte vasto, a elevada montanha , de cujo cimo batem as asas e sobem a encarar o sol; outros contentam-se com algumas longas braças de espaço e um telhado que vão esconder o ninho.”
p. 105 (Helena)


Ao verme que primeiro roeu as frias carnes do meu cadáver dedico como saudosa lembranças estas memórias póstumas.”
p. 123 (Memórias Póstumas de Brás Cubas)

...a minha primeira amiga e o meu maior amigo, tão extremosos ambos e tão queridos também, quis o destino que acabassem juntando-se e enganando-me.”
p. 178 (Dom Casmurro)

    E daí lemos os contos. Contos incríveis, inesperados, excelentes! Dos 6 anexados ao livro, a leitura de A Cartomante e A Missa do Galo é imprescindível aos apreciadores do gênero que é, basicamente, o “filho” do romance. Uma versão mais curta, porém não menos valiosa.
Conhecer a fundo o texto machadiano é uma ótima experiência. Não há como ler e não sentir vontade de pesquisar um pouco mais sobre o autor, de talvez até mesmo enxergar aquele volume específico da lista preparatória para o vestibular de uma outra forma, uma leitura mais agradável e não uma obrigação. Machado de Assis foi poeta, romancista, contista, cronista, crítico e jornalista. Impossível mesmo é não simpatizar com ao menos uma das faces deste que foi um autor completíssimo.
    Após ler este livro, confesso que até me fixei na idealização do escritor ao produzir uma crítica. Eu, que já apreciava imensamente o legado, passei a ser uma verdadeira fã. Da parte de Andrey do Amaral, coube dar vida, dar movimento a todo um conjunto de escritos em 361 páginas e isso, garanto, o autor desempenhou muito bem. Destaque também para a revisão do livro, quase incorrigível, salvo alguns casos nos quais não foi empregado o hífen e em outros que o foi sem necessidade. Pontos também para a diagramação, muitíssimo bem feita, limpa e clara, sem chatear o desenvolvimento da leitura. 

Avaliação final:
 (Muito bom)
 
    *O Máximo e as Máximas de Machado de Assis foi cortesia do autor parceiro do blog, Andrey do Amaral e, a 12 de junho (este próximo sábado), colocaremos o livro em sorteio. Não perca a chance de aparecer aqui e concorrer ao seu exemplar!

Booktrailer do livro

   Agradeço, mais uma vez, ao Andrey por ter me enviado o exemplar! Obrigada pela confiança!

Ps.: Depois de amanhã sairão os Top Comentaristas. Você está comentando bastante?






9 comentários:

Andrey do Amaral disse...

Amigos, esse blog é o máximo! As meninas do blog são hiper-máximas. Participem das promoções. Muitos prêmios estão por vir.

Abraço cordial,
Andrey do Amaral
@andreydoamaral

Raissa G.S. disse...

Que legal, adoro o Machado, estou terminando de ler Quincas Borba agora.
Beijos, Raissa
www.giirlstyle.blogspot.com

Nathalia disse...

Machado de Assis é perfeito!
Agora to lendo a mão e a luva, e to adorando!

Bjs ^^

Feminina e Vaidosa disse...

Vc é muito linda, querida e inteligente, muitos odeiam Machado, parabéns!
Beijocas
Josi
http://femininaevaidosa.blogspot.com
@unhappy_j

Vanessa Meiser disse...

Lí Dom Casmurro de Machado de Assis e gostei bastante do livro e da maneira como ele escreve.
Gostei de saber que terá sorteio deste livro, vou aguardar....bj

Balaio de Livros.

Patricia Ferreira disse...

Olá Ana !
Nossa na verdade eu só leio Machado de Assim em sala de aula, mas eu gosto. As histórias de Machados são maravilhosas mesmo !

Bjoos, Patty
Cartas para Ficção.

Osaki disse...

Ain, eu amo Machado de Assis. Mas infelizmente não tem livrarias aqui perto de casa e eu sofro pra achar livros ):
Mas eu gostei desse e vou procurar. Amei o Blog *-*
E queria agradecer a Ana por ser a primeira a comentar meu blog novo, e dizer que foi uma otima dica sobre aquela marca japonesa. Eu conheço várias mas nunca tinha ouvido falar nessa, obrigada mesmo *-*

Kissus da yuyu;***
http://sociedade-problematica.blogspot.com

Nataly disse...

Adoro Machado e estou super interessada nesse livro!

Nataly Nunes
www.critiquinha.com.br

Gabriele Santos disse...

poxa Ana, eu mereço este livro.
Adoro os escritos de Machado, apesar de muitas vezes odia-los devido a obrigatoriedade e etc, mas eu acho ele um gênio.
Quero este livro *_*