22 dezembro 2012

O melhor de 2012 no circuito literário


2012 foi um ano caótico para mim. Para o mundo, foi ano de reeleição de Obama, agravamento da guerra civil na Síria, impeachment no Paraguai, crise econômica na Zona do Euro, CPI do Mensalão por aqui. Para a cultura pop, Call Me Maybe e Gangnam Style definem muita coisa. Para a Literatura, em contrapartida, foi ano de novidades. Como blogueira literária, tive o prazer de conferir muitos destes lançamentos de antemão e sobre eles, algumas dezenas de resenhas apareceram aqui aos sábados. 

Muitos livros interessantes, muitos romances, sobrenaturais, distopias e todo o tipo de gênero que se possa imaginar. Com o senso crítico, todavia, alguns nós passamos a admirar de maneira especial. Eu, como boa leitora e blogueira, então, separei 10 lançamentos de 2012 que me atingiram em cheio nesta mente exigente e neste coração sensível que não resiste a uma boa história. A 10 em especial, por enquanto.


O Primeiro Dia foi uma daquelas leituras que surgiu no momento ideal. Não tinha muitas expectativas, mas acabei indo no embalo dessa história com uma pegada científica e um romance ocorrendo paralelamente, na dose certa. Terminei o livro ansiosa pela sua continuação.

Quando descobri que era uma história ambientada na Índia, meu coração encantado pelo oriente já palpitou. Com um drama muito triste, delator e duro de se suportar, Corban Addison também soube mostrar ao seu leitor, através de uma linguagem simples, a força do amor entre duas irmãs, vítimas da própria vida. Lindo, lindo.

Este romance epistolar gerou controvérsias. Muita gente acabou se irritando com a protagonista e perdendo a simpatia pelo livro como um todo. Para mim, no entanto, as trocas de e-mail inteligentes e apaixonadas acabaram se tornando um bom agravante para que esta complicada história de amor entrasse na lista dos melhores elementos no circuito literário de 2012.


O sobrenatural que, para mim, foi só amor. Laini Taylor escreveu tudo na dose certa, com uma protagonista excêntrica e um mocinho que... Ai, quero pra mim também. Cada cena entre Akiva e Karou foi de pura sintonia e a cidade de Praga, como cenário, apenas conspirou para a ascensão de um notável juvenil. 

Zafón é muito querido por mim e com O Prisioneiro do Céu, a continuação de A Sombra do Vento, não poderia ter sido diferente. Acompanhar de perto a história sobre o passado de Fermín foi uma dessas experiências de pura identificação com uma das personagens da Literatura contemporânea que mais me é querida.

Chorei, chorei. Adormecida foi mais um desses juvenis pelo qual eu nada daria antes de ter feito a sua leitura e, então, repentinamente, fui me envolvendo com a história, sentindo aquela emoção à flor da pele que apenas os bons autores sabem causar. Uma mistura de ficção científica e romance que soa mal, embora funcione de maneira ideal. Lindo livro.


Muitos leitores se decepcionaram com Por Isso A Gente Acabou. Eu, no entanto, que nunca tinha lido algo do autor (lê-se Desventuras em Série), fiquei absolutamente encantada com esse livro também juvenil que veio para romper com os padrões do gênero. Sem finais utópicos, sem adolescentes frívolos e iguais uns aos outros; mas uma Min que veio para orgulhar todas as leitoras, cinéfilas e hipsters deste Brasil. As ilustrações, por outro lado, vêm como complemento ideal para quem aprecia a boa Literatura, antiga ou contemporânea.

Comecei a ler distopias neste ano e entre todas as propostas de sobrenaturalismos, batalhas e seres de outro mundo que dominariam o planeta num sistema rígido ou numa realidade completamente surreal, A Idade dos Milagres, com pouquíssima ação, me ganhou por sua enorme densidade sentimental. A percepção de mundo de Julia é tão sincera que, um livro que tinha tudo para ser tedioso, ao início, tornou-se um dos melhores lançamentos deste ano.

Besteira dizer que é apenas pelo fato de ser Ian McEwan. Mas verdade, também. Linguagem refinada, uma protagonista sedutora e misteriosa, um namorado ainda mais curioso, casos que envolvem literatura, metalinguagem e eis um livro surpreendente.


1Q84 foi uma das últimas leituras do ano e eu ousaria dizer que também a melhor. A definição ideal para inigualável. Uma história que une todas as coisas. A obra pela qual um leitor passa por toda uma biblioteca procurando e que todo autor, por outro lado, passa madrugadas insones tentando escrever. 

Apêndices: Neste ano também tive a oportunidade de ler O Retrato de Dorian Gray, que foi relançado pela Penguin Books, um merecido clássico. No mais, destaco outros livros mais antigos que pude ler em 2012, tais quais Cem Anos de Solidão e O Penúltimo Sonho, respectivamente.

Livro mais chato do ano: Belo Desastre ganha disparadamente.

Deixou saudade: Millôr Fernandes

Centenários literários: Jorge Amado e Graciliano Ramos

No cinema: Destaque para o iraniano A Separação e o terno A Invenção de Hugo Cabret.

2012 foi bom, mas que 2013 seja ainda melhor!

1 bilhão de visualizações, galera!
E para vocês, como foi o ano?

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