Maria, de nome simples, decide viajar pelo país mudando de nome e se aproveitando de seus significados. A jovem enche sua mala de fé e vontade e vai em busca de histórias. A mãe de Maria passou por coisas terríveis e não estamos falando a respeito de um enredo feliz. O livro é pesado, de uma forma sutil, que ainda assim machuca. A cada página uma nova surpresa surge e, apesar de um pouco confuso, funciona de uma forma única. A escrita é extremamente bela, com um desenrolar parecido com o de um contador de histórias para crianças.
A cada novo nome que Maria adota, ela se torna uma nova pessoa, destinada a escutar, seduzir ou ajudar. A busca da jovem é a mesma de todos os outros jovens que estão sempre atrás de sua própria personalidade, tentando se definir e se destacar através dela. Maria quer viver várias vidas, ser várias pessoas, colecionar várias histórias e é o que ela consegue. A cada nova cidade que passa, a menina conhece novas pessoas dispostas a lhe ensinar novas coisas. Apaixonada por Selton Mello, a personagem o conhece no fim do livro, o que eu achei uma bela homenagem ao ator que encantou a todos durante o filme Lisbela e o Prisioneiro.
Por fim, esta é uma história sobre o nosso país. Sobre o solo verde em que nosso povo samba, iluminado pelo forte sol amarelo que nasce mais alegre em nossa nação. É sobre o azul do nosso céu manchado pelo branco da nossa esperança no futuro. Esse é um daqueles livros que você lê e sente a necessidade de que os outros leiam também. A dor sentida pelos personagens, você deseja compartilhá-la. Selma Gilda Nídia Miriam Simone Teresa Zoraida Maria Campos me cativou e isso me basta.
Fernanda Evangelista
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